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Ricardo Rangel
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Violência: a primeira providência que Cláudio Castro tem de tomar

Em vez de dizer aos outros o que devem fazer para melhorar a segurança em seu estado, o governador do Rio deveria prestar mais atenção na própria quitanda

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 20h21 - Publicado em 1 nov 2023, 17h10
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  • No último domingo, o governo do estado do Rio de Janeiro pôs em liberdade o miliciano Peterson Luiz de Almeida, contra o qual havia um mandado de prisão. O bandido integra a milícia que 10 dias atrás aterrorizou a capital. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), comandada por Fernando Veloso (o terceiro secretário em três anos), ainda não explicou como isso pôde acontecer.

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    Não é a primeira vez que um criminoso de alta periculosidade sai de um presídio do Rio pela porta da frente. Em 2021, o traficante Abelha, contra o qual também havia um mandado de prisão, escapuliu usando um alvará de soltura falso. Ninguém nunca explicou.

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    Três dias antes da fuga, Abelha fez no presídio uma festa de aniversário, e consta que Raphael Montenegro, então chefe da Seap (o segundo em dois anos), compareceu. Nem a festa nem a fuga foram suficientes para Castro abrir mão de seu secretário. Montenegro foi “demitido” três semanas depois, não por Castro, mas sim pela Polícia Federal, que prendeu o secretário por negociar favorecimento a traficantes.

    A Seap não é a única secretaria a ter alta rotatividade, por sinal: o Rio já está no quarto secretário de Polícia Civil em três anos. O segundo, Allan Turnowski, foi preso em 2022 pelo Ministério Público do Rio por envolvimento com o crime organizado. O terceiro, José Renato Torres do Nascimento, foi exonerado por pressão de deputados estaduais.

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    Um dos padrinhos do novo secretário, Marcus Amim, foi Márcio Canella. O deputado estadual é um fenômeno eleitoral: com nada menos do que um terço dos votos em seu município, Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foi o mais votado de 2022. Um dos apoiadores de Canella foi Juracy Alves, o Jura, que já foi condenado por assassinato e por ser líder de uma milícia. A mulher de Jura trabalha no gabinete do deputado.

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    Antes de dizer o que os outros devem fazer para melhorar a segurança do estado que governa, Cláudio Castro poderia começar melhorando o processo seletivo de seus secretários.

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    Em tempo. Em 2022, Jura apoiou um fenômeno eleitoral ainda mais fenomenal do que Canella. Daniela Carneiro, a “Dani do Waguinho” (Waguinho é o prefeito de Belford Roxo), teve metade dos votos de sua cidade, tornando-se a deputada federal mais votada do Rio. Lula a nomeou ministra do Turismo. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (irmã de Marielle, vereadora assassinada pela milícia), posou, sorridente, com a companheira de ministério para fotos. Quem derrubou Dani do ministério não foi Jura, mas o Centrão.

    (Por Ricardo Rangel, em 31/10/2023)

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