Neste domingo, 15, no debate da TV Cultura, Pablo Marçal chamou José Luiz Datena de estuprador (“jack”) e “arregão” e afirmou que ele não seria “homem” para reagir aos insultos. Datena perdeu a paciência e reagiu para valer, agredindo o concorrente com uma cadeira.
Foi o ponto mais baixo de uma longa sequência de pontos baixos em debates nos quais se debate cada vez menos e se lacra cada vez mais. Uma vergonha.
Em outros tempos, uma agressão física tiraria pontos do agressor e os daria à vítima. Isso não é necessariamente verdade hoje.
Muita gente entende que Marçal passou de todos os limites e fez por merecer a agressão, que a reação de Datena foi humana e compreensível. Muitos homens admitem, em voz baixa, que eles mesmos teriam feito a mesma coisa. Datena é capaz até de ganhar alguns pontinhos nas pesquisas.
Já Marçal se apresenta como um valentão, que insulta e calunia seus adversários, e como um macho alfa, do tipo que escala montanha em más condições climáticas e sabe derrotar tubarão. Características assim fizeram com que crescesse enormemente nas pesquisas.
Marçal está tentando faturar o episódio, mostrando-se como vítima. Publicou um vídeo em que aparece numa ambulância, com dificuldade de respirar, recebendo oxigênio (ficou falso). Postou também um meme em que compara a cadeirada à facada em Bolsonaro e ao tiro que atingiu Trump de raspão (ficou ridículo).
É certo que a rejeição a Marçal, que já é altíssima, vai subir. Se a tática de vitimização vai render votos, é cedo para saber.
Mas… Candidato de direita, metido a machão, não pode apanhar de homem 30 anos mais velho e ainda fazer “mimimi”.
Pega mal.
(Por Ricardo Rangel em 16/09/2024)