Bolsonaro finalmente demitiu Milton Ribeiro do Ministério da Educação.
A demissão não muda nada. Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que traficam influências, não foram demitidos (nem poderiam, já que não têm cargo oficial). E, mesmo que venham a ser afastados, não há motivo para acreditar que o ministério será saneado: o MEC tem o segundo maior orçamento do governo e continuará sendo instrumentalizado para comprar apoio para a reeleição.
Também não há motivo para crer que o próximo ministro será melhor que seus antecessores Ricardo Vélez, Carlos Decotelli (que fraudou o currículo e caiu antes de ser empossado), Abraham Weintraub e o próprio Ribeiro. O projeto de educação de Bolsonaro é o desmonte e isso não mudou.
O desgaste de Bolsonaro não deve desaparecer junto com o ministro: o capitão foi citado expressamente por Ribeiro como responsável pelo favorecimento ilegal aos pastores-traficantes. O PGR Augusto Aras vai ter que ser contorcionista para conseguir varrer o problema para debaixo do tapete.