Segundo a Quaest Consultoria e Pesquisa, a rejeição a Sergio Moro chega a 61%. Só é menor do que a de Bolsonaro, que está em 67%, e é bem maior do que a de Lula, que está em 48%.
Não surpreende que assim seja.
A esquerda lulopetista odeia Moro porque ele prendeu Lula. A direita bolsonarista (ou parabolsonarista) o odeia porque acha que traiu Bolsonaro. A esquerda não lulista, mesmo sem ser fã de Lula, não gosta do ex-juiz porque considera que ele perseguiu o ex-presidente. E liberais (os de verdade, ao menos) torcem o nariz para a proximidade de Moro com os procuradores durante a Lava-Jato e sua conduta como ministro.
Se, todavia, Moro conseguir superar tamanho obstáculo e chegar à presidência, sua vida não estará resolvida. Como se sabe, nenhum presidente consegue governar sem apoio no Congresso — e, no Congresso, estará a má vontade (e eventual má-fé) dos bolsonaristas, da esquerda e do Centrão.
Moro não precisa dar muitos tratos à bola para imaginar como é governar um país sem ter apoio no Congresso e tendo contra si grande parte do eleitorado.
Basta observar a situação de seu ex-chefe, Jair Bolsonaro.
Se for candidato a senador, no entanto, Moro deve se eleger sem dificuldade e ganha um estágio de alguns anos para aprender a fazer política, fazer as pazes com os antigos desafetos e se preparar para, quem sabe, ser presidente mais tarde.