Jair Bolsonaro foi dar uma entrevista à Jovem Pan, supostamente um órgão de imprensa amigável, achando que ia ser um passeio no parque.
Espatifou-se.
Pegou pela proa o entrevistador André Marinho, que, de maneira indireta e sarcástica, equiparou o governo Bolsonaro ao do PT. Bolsonaro não gostou de provar do próprio veneno, irritou-se, foi grosseiro e encerrou a entrevista. Foi chamado de “tchutchuca”.
Foi impagável, mas muito mais interessante foi o recado que o pai de André, Paulo Marinho, mandou para o presidente logo após a entrevista.
Marinho — que foi apoiador de primeira hora de Bolsonaro e cedeu a própria casa para o comitê de campanha, é suplente de Flávio 01 e desafeto da família desde que seu grande amigo Gustavo Bebianno foi demitido sumariamente do governo — disse o seguinte:
“Você lembra do nosso amigo Gustavo Bebianno? Talvez cê já tenha esquecido dele, né? Com certeza cê já esqueceu. Mas ele não lhe esqueceu. Pode ter certeza disso. Quando você estiver chorando no banheiro do Palácio, lembre dele, capitão. Ele não lhe esqueceu. Tá bom?”
Gustavo Bebianno foi advogado de Bolsonaro, coordenador de sua campanha, presidente do PSL e ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Segundo consta, depois de demitido, fez um dossiê com informações altamente comprometedoras para Bolsonaro.
E, segundo consta, esse dossiê está em poder de Paulo Marinho.