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O erro que Lula e o STF cometem em relação a Musk

Não é possível defender a democracia no grito

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 abr 2024, 18h02 - Publicado em 10 abr 2024, 17h39

Há quatro dias, só se fala em Elon Musk e nas diatribes que publicou no X/Twitter.

No mesmo dia — um domingo — Alexandre de Moraes publicou decisão afirmando que coisas terríveis aconteceriam com o bilionário se ele descumprisse suas ordens. “AS REDES SOCIAIS NÃO SÃO TERRA SEM LEIS! AS REDES SOCIAIS NÃO SÃO TERRA DE NINGUÉM!”, escreveu (assim mesmo, em maiúsculas).

No dia seguinte, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, meteu a colher no angu, afirmando que “decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado”.

Integrantes do primeiro escalão do governo Lula, como os ministros Alexandre Padilha e Paulo Pimenta, criticaram Musk. O próprio presidente já tocou no assunto duas vezes.

O bolsonarismo e seus arredores aproveitaram a oportunidade para avançar a narrativa da “ditadura do Judiciário” e defender Jair Bolsonaro a qualquer preço. (O Partido Novo passou pelo constrangimento de vestir Musk com uma camiseta laranja.)

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E o resto do Brasil rachou, a direita aplaudindo Musk e a esquerda criticando-o.

Musk é um narcisista e um hipócrita, que diz defender a liberdade de expressão, mas censura qualquer um que diga o que não quer ouvir e curva-se sem piscar à censura chinesa (onde está sua empresa Tesla). É também um delinquente, disposto a descumprir a lei para dar megafone a liberticidas.

Não é propriamente uma voz respeitável para falar de liberdade, cidadania, democracia ou mesmo sobre o papel das redes sociais no debate público.

Então por que o tratamos como se o fosse?

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Musk faz furor porque estamos tão viciados em polêmica e briga, em escolher um lado (mesmo que os dois lados estejam errados), que nem sequer refletimos sobre o que discutimos.

É especialmente grave que autoridades da República caiam nessa armadilha. Ao darem a Musk mais importância do que merece, ao tratarem-no como interlocutor que mereça resposta fora dos canais competentes e da sobriedade institucional, essas autoridades legitimam o arrivista. Rebaixam-se a seu nível e dão munição para os delinquentes que se esforçam para derrubar a democracia. É um erro grave: dois terços das mensagens sobre o assunto nas redes deram razão a Musk.

Precisamos retornar à normalidade democrática, menos trepidante e com menos adjetivos, maiúsculas e microfones.

Quanto mais insistimos na gritaria, maior o risco que corre a democracia.

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(Por Ricardo Rangel em 10/04/2024)

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