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O governo Lula está em guerra

Se os integrantes do governo se preocuparem mais com o trabalho e menos com a luta pelo poder, quem sabe o desempenho melhora

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 abr 2024, 18h14 - Publicado em 9 abr 2024, 17h43

Alexandre Silveira — ministro das Minas e Energia que pensa que é também presidente da Petrobras — briga sem parar com Jean-Paul Prates, presidente da empresa, há mais de um ano. O motivo mais recente são os tais dividendos extraordinários, os que iam ser pagos, depois não iam mais, agora parece que vão ser, mas ninguém sabe qual será o valor.

Prates briga com Bruno Dantas, presidente do TCU, porque a área técnica do tribunal entende que o contrato da Petrobras com a Unigel — que por acaso salva um bilionário velho amigo do PT — é inaceitável por gerar um rombo de meio bilhão de reais. E briga com mais um monte de gente, pois vive nas redes sociais fazendo indiretas contra seus adversários no governo.

Rui Costa (ministro da Casa Civil) não tem nada a ver com óleo nem com gás nem com minas nem com energia, mas também briga com Prates por causa dos tais dividendos.

Costa e Silveira estão juntos nos dividendos, mas separados no affair Unigel, que Silveira usou para atingir o desafeto Prates. Já Costa e Prates, separados nos dividendos, estão juntos na Unigel.

Lula brigou com Prates porque ele queria distribuir os dividendos (e porque, em vez de votar contra, se absteve) e com Silveira e Costa porque eles não queriam distribuir. Como Lula prefere brigar a resolver o impasse na Petrobras, a empresa segue em crise.

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O presidente do Conselho da Petrobras (indicado por Silveira), Pietro Mendes, brigou com o representante dos minoritários no conselho, Marcelo Gasparino, porque ele deu uma entrevista dizendo o que todo mundo sabe.

O PT bate em Fernando Haddad dia sim, o outro também, porque o ministro da Fazenda é o único integrante do governo que acredita que dinheiro não dá em árvore. Haddad é a favor de distribuir integralmente os tais dividendos, não só porque é a coisa a fazer, mas porque precisa da parte do governo para cumprir a meta fiscal (afinal, dinheiro não dá em árvore). Mas parou de defender Prates, que se tornou radiativo.

Além de bater em Haddad, o PT bate também em Nísia Trindade, ministra da Saúde. Conta com o auxílio luxuoso do Centrão e de outros fisiológicos, todos de olho no lugar de Nísia à frente do maior orçamento da Esplanada.

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, responsável pela relação com o Congresso, é acusado de não cumprir o combinado — e apanha sem parar. O presidente da Câmara, Arthur Lira, nem lhe dirige a palavra.

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Os subordinados se inspiram no chefe. Lula brigou com o ministério inteiro por causa da queda de sua popularidade, derrubada por suas próprias ações. Já brigou com a Vale, o mercado, o agronegócio, os militares, os evangélicos, os eleitores de Bolsonaro, as mulheres, os judeus, Israel, os EUA, os países europeus.

Sempre em busca de novas confusões, o governo agora resolveu brigar com o bilionário Elon Musk: Lula, Padilha e Paulo Pimenta (secretário da Comunicação) já se manifestaram contra ele. (Musk e o bolsonarismo agradecem.)

Se os integrantes do governo, assim como os petistas, pararem de brigar e começarem a governar, quem sabe a popularidade de Lula sobe.

(Por Ricardo Rangel em 09/04/2024)

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