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Lula fica, a cada dia, mais descontrolado

O presidente precisa encontrar um amigo que lhe dê três conselhos

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2024, 13h55 - Publicado em 19 fev 2024, 11h27

Em um par de horas, Lula

  1. Defendeu um assassino serial, Vladimir Putin;
  2. Insultou a memória e a família da vítima;
  3. Comparou os judeus a Hitler;
  4. Solidarizou-se com um grupo terrorista, o Hamas, autor do maior pogrom do pós-guerra;
  5. Deu um tapa na cara de milhões de judeus, incluindo os 120 mil judeus brasileiros;
  6. Provocou gravíssimo incidente diplomático com um país importante, Israel, sendo declarado persona non grata no país
  7. Passou o vexame de levar lição de moral de um homem completamente amoral, Benjamin Netanyahu;
  8. Passou pelo constrangimento de receber uma nota de agradecimentos dos terroristas;
  9. Mostrou ao mundo, mais uma vez, que não é um líder nacional sério;
  10. Atraiu a fúria de enorme quantidade de eleitores;
  11. Entregou de bandeja argumentos e votos ao bolsonarismo;
  12. De quebra, desmereceu quem tem pressa em saber quem mandou matar Marielle.

Reconheça-se, é um prodígio. Nunca antes na história deste país um político errou tanto, com tantos e em tão pouco tempo.

Netanyahu é desumano e denunciar o absurdo massacre que ele está promovendo em Gaza é obrigação de qualquer pessoa bem-intencionada. Comparar judeus ao monstro que matou seis milhões de judeus é um ato antissemita inequívoco, covarde e imperdoável. Uma vergonha que mancha a imagem do Brasil de forma indelével.

Duas coisas são impressionantes na declaração de Lula. A primeira é a declaração em si. O antissemitismo no discurso de Lula (e de setores da esquerda brasileira em geral) não é novidade, mas ninguém imaginava que pudesse chegar tão longe.

A segunda é que um político experimentado e (que parecia) inteligente como Lula acredite que possa dizer uma atrocidade como essa impunemente.

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Talvez, por ter ficado na cadeia quase dois anos, ache que já pagou por todos os pecados, passados e futuros. Talvez, por ter passado por tanta coisa e continuar tendo a importância que tem, acredite que sua intuição está sempre certa, que qualquer coisa que diga ou faça está certa por definição. Talvez, por ter sido eleito três vezes, se considere acima do bem e do mal.

O fato é que Lula se comporta com enorme arrogância, como se nada de mau pudesse lhe acontecer. O nome técnico é “húbris”. Na tragédia grega, o herói, no auge do poder e do sucesso, perde a noção de seu próprio tamanho, adquire uma confiança desmesurada e comete a húbris, a empáfia que desafia o destino. É aí que ele ouve a gargalhada dos deuses — e é destruído.

Na Roma Antiga, o general vitorioso desfilava, diante da multidão em delírio, até o Senado, onde recebia as devidas honrarias. Atrás dele ia um escravo, que repetia de vez em quando: “Lembra-te de que és mortal”.

Montaigne, no século XVI, ensinou que só se pode julgar se uma vida foi bem-sucedida no momento exato em que ela chega ao fim. Até lá, nunca se sabe.

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Algum amigo de Lula — se é que ele ainda tem algum — deve dar ao presidente três conselhos:

  1. Presidente, o senhor está enganado. Muita coisa ainda pode dar errado. E, do jeito que vai, vai dar;
  2. Vale a pena se interessar pelos clássicos, presidente. Eles têm coisas a ensinar. Até a alguém infalível como o senhor;
  3. Presidente, faça o possível para manter a boca fechada.

P. S. Após a publicação deste post, o assessor especial para assuntos internacionais de Lula, Celso Amorim, classificou como absurda a decisão de Israel de declarar Lula “persona non grata”.  O governo Lula recusa-se a entender a gravidade dessa declaração. Se insistir nessa posição, Israel pode cortar relações diplomáticas conosco. É preciso recuar. Rápido.

(Por Ricardo Rangel em 19/02/2024)

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