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Indiciamento de Bolsonaro é só a ponta do iceberg

Olhando em retrospecto, é impressionante como os muitos crimes pelos quais o ex-presidente é investigado se conectam

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2024, 18h25 - Publicado em 19 mar 2024, 17h57

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Mauro Cid e sua mulher, o deputado fluminense Gutemberg Reis e mais 13 pessoas pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações. A pena, no caso de condenação nos dois crimes, pode chegar a 15 anos de prisão.

Mauro Cid, que confessou ter inserido dados fictícios para emitir certificados de vacinação falsos para sua mulher e para si mesmo, afirma ter usado o mesmo processo para obter certificados para Jair Bolsonaro e sua filha, Laura. O “processo” teria sido facilitado por Gutemberg Reis, irmão de Washington Reis, principal cacique político e então prefeito de Duque de Caxias, na baixada fluminense (RJ).

Olhando em retrospecto, é possível ver como os vários crimes pelos quais Jair Bolsonaro é investigado — fraude na vacina, desvio de joias e tentativa de golpe — se relacionam.

Entre novembro e dezembro, Bolsonaro se mexeu freneticamente para viabilizar o golpe. Em 7 de dezembro, apresentou a minuta golpista aos comandantes das Forças Armadas e ouviu do comandante do Exército, general Freire Gomes, que se tentasse pô-la em prática, seria preso.

Em 9 de dezembro, se reuniu sozinho com o general Estevam Theophilo, comandante do COTER, que teria se oferecido para liderar as tropas para o golpe no caso de Bolsonaro convocar a GLO.

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Durante dezembro, Braga Netto moveu nas redes uma intensa campanha de pressão e intimidação contra oficiais generais — Freire Gomes, Baptista Jr., Tomás Paiva, Richard Nunes, Valerio Stumpf — que resistiam a aderir ao golpe. Não deu certo.

Bolsonaro decidiu viajar para os EUA e aguardar os acontecimentos de lá. No dia 21 de dezembro, foram inseridos os dados referentes à fictícia vacinação de Bolsonaro e sua filha. No dia 27 de dezembro, Cid emitiu os certificados falsos, usando um computador do Palácio do Planalto; horas depois, os dados falsos foram excluídos.

Bolsonaro e a filha não se vacinaram, mas a hipótese é que o presidente, que perderia os privilégios do cargo com a posse de Lula em 1 de janeiro de 2023, quisesse ter os certificados (falsos) para a viagem que a família faria dias depois. (Não era preciso envolver Michelle na fraude, pois ela efetivamente se vacinou nos EUA e tinha um certificado autêntico).

No mesmo dia 27, Bolsonaro remeteu 800 mil reais para os EUA. No dia seguinte, enviou um emissário para tentar recuperar (sem sucesso) o kit de joias que havia sido apreendido com o almirante Bento no aeroporto. No dia 30, a família Bolsonaro voou para os EUA, levando consigo as joias de que dispunha, e que seriam postas à venda no exterior.

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Em 8 de janeiro, os golpistas promoveram a Festa da Selma na Praça dos Três Poderes. Deram com os burros n’água. Ainda não apareceram provas  que conectem Bolsonaro e seus auxiliares à intentona — mas há indícios de que elas aparecerão.

Quanto mais Bolsonaro reza, mais assombração lhe aparece.

(Por Ricardo Rangel em 19/03/2024)

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