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Há 20 anos, última potência comunista incorporava pérola do capitalismo

Em 1997, Hong Kong passava de colônia britânica a território chinês

Por Da redação
Atualizado em 1 jul 2017, 01h36 - Publicado em 1 jul 2017, 01h32
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  • VEJA de 25 de junho de 1997
    VEJA de 25 de junho de 1997. Clique para ler (Reprodução/VEJA)

    Exatos vinte anos atrás, Hong Kong deixava de ser uma colônia britânica para reintegrar-se à China. Reportagem de VEJA desta semana mostra a frustração de uma parcela da população, sobretudo os jovens, com o descumprimento da promessa feita em 1984 por Pequim: manter ‘um país e dois sistemas’ pelos cinquenta anos seguintes à devolução do território. “Por esse conceito, Hong Kong teria algumas de suas características democráticas e um estilo de vida próprio (dois sistemas) preservados, ao mesmo tempo que estaria sob a supervisão da ditadura chinesa (um país)”, explica a edição que chega às bancas nesta semana. “O grau de liberdade dos moradores de Hong Kong, porém, tem sido corroído de diversas maneiras pelo governo de Xi Jinping, iniciado em 2013.”

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    Em 1997, VEJA observava que o destino da ilha era nebuloso: “Numa época em que o mundo todo parece concordar que o capitalismo é a forma mais eficiente de organizar as economias, Hong Kong será encampada pela China, a única potência comunista do planeta”, dizia a reportagem.

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    O enclave britânico, com o tamanho da cidade de São Paulo, tinha então um PIB per capita maior que o de potências europeias e uma economia mais sólida que a própria Inglaterra. Mark Roberti, autor de A Queda de Hong Kong, dizia a VEJA que Hong Kong, que em chinês significa “porto perfumado”, “é a materialização mais completa do sonho de certos burocratas e negociantes: ter um Estado em que o povo é gado, ou seja, um mero produtor de riqueza”.

    Nada, então, autorizava supor que Hong Kong passaria do regime colonial à ordem democrática. “A devolução da colônia aos chineses é a culminação de um arranjo entre a elite argentária de Hong Kong e os chefes comunistas de Pequim para que a ilha continue sendo o que sempre foi: uma gigantesca Disneylândia dos negócios movidos a euforia financeira, com poucos impostos e nenhuma democracia”, dizia a reportagem. “A maioria dos habitantes, como em toda a História colonial, não teve voz nas negociações. Na próxima semana, os 6,3 milhões de moradores de Hong Kong vão acordar sob um regime comunista sem que tenham sido ouvidos sobre seu destino.”

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    VEJA explicava que a colonização inglesa havia criado o extraordinário ambiente de desenvolvimento econômico de Hong Kong, mas ressalvava que riqueza não faz uma civilização: “Hong Kong não tem um poeta, um filósofo ou escritor de renome mundial. Numa herança maldita e antiga da cultura do ópio, um em cada 75 habitantes é viciado em heroína, recorde em dependência dessa droga em todo o mundo. A cada ano, queimam-se 11 bilhões de dólares em apostas nas corridas de cavalo de resultados flagrantemente manipulados. Com um PIB per capita de 23.000 dólares, o salário médio não passa de 9.000 dólares anuais, uma indicação de que, se produz riqueza como um país industrializado, a concentração da renda no enclave segue os padrões dos trópicos”.

    Hong Kong foi o mais estranho caso de leasing do mapa. “A China cedeu o território perpetuamente aos ingleses em 1842, pelo Tratado de Nanquim, um daqueles documentos de achaque oficial tão comuns na História colonial, assinado pelos chineses logo depois da derrota militar na chamada I Guerra do Ópio. Em 1898, os ingleses cobiçaram mais território chinês, dessa vez no próprio continente. Como de praxe, inventaram uma guerra e tomaram as terras. Na negociação posterior, no entanto, a Inglaterra teve de aceitar uma cláusula dispondo que a cessão de Hong Kong e da península de Kowloon duraria apenas 99 anos”. Foi o que expirou em 1997. Na síntese de Zhiling Lin, um estudioso da região, autor do livro Os Chineses e Seu Futuro, a China entregou uma ilha rochoso em meados do século XVIII e “agora quer de volta uma caixa registradora”.

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    Clique aqui para ler a reportagem de VEJA de 25 de junho de 1997.

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