Assine VEJA por R$2,00/semana
ReVEJA Por Blog Vale a pena ler de novo o que saiu nas páginas de VEJA em quase cinco décadas de história
Continua após publicidade

As três condições para a queda de um presidente

Em outubro de 2015, pouco antes do início do processo que levaria ao impeachment de Dilma Rousseff, reportagem de VEJA mostrava por que presidentes caem

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h50 - Publicado em 24 jun 2017, 02h48
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Capa de VEJA de 14 de outubro de 2015
    Capa de VEJA de 14 de outubro de 2015 (Reprodução/VEJA)

    À luz da história, pode-se dizer que presidentes não caem porque ruins, incompetentes ou corruptos. Caem quando se atendem três condições: popularidade no chão, economia em frangalhos e abandono da base aliada no Congresso. Foi o que mostrou VEJA de 14 de outubro de 2015, quase dois meses antes que o então poderoso presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitasse o pedido de abertura do processo que resultaria no impeachment de Dilma Rousseff, consumado em agosto do ano seguinte.

    Publicidade

    E Michel Temer? O vice da petista nunca foi popular – chegou, aliás, a se gabar de poder aproveitar “a suposta impopularidade para tomar medidas impopulares”. Mas vinha nadando de braçada no Congresso, cujos caprichos conhece como poucos. Na semana passada, contudo, derrotas surpreendentes no Senado evidenciaram fissuras na base aliada.

    Publicidade

    Não é nada comparável ao isolamento experimentado pela petista: prestes a ser denunciado ao Supremo, o peemedebista ainda conserva considerável apoio nas duas Casas, mesmo envergonhado. Mas são tropeços que minam ainda mais a confiança do mercado na execução de seu programa de reformas, esteio da ainda incerta recuperação econômica.

    Como mostra VEJA desta semana, já se vive o ‘efeito Joesley’. “Com as reformas balançando na pinguela de Temer, o humor do empresariado e dos investidores murchou. A crise política contagiou os indicadores econômicos. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa de São Paulo, mergulhou 10% no último mês”, constata a reportagem. “A triste realidade é que, sem uma definição clara sobre o futuro do governo, os investimentos empresariais permanecerão medíocres e não vão decolar — e sem investimentos não existe a possibilidade de uma retomada duradoura.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Naquele ano de 2015, Dilma, em apuros, ainda tentou costurar um acordo com o próprio algoz, Cunha, já então enrolado na Lava Jato, hoje preso. “Sentada no outro lado do balcão, Dilma Rousseff sabe que seu futuro passa necessariamente pelas mãos deste personagem – um ex-aliado do governo transformado em inimigo público número 1 dos petistas desde que decidiu se candidatar ao comando da Câmara no início do ano”, narrava a reportagem de VEJA.

    A crise então se agravava com a reabertura no TSE da ação proposta pelo PSDB para cassar a chapa de Dilma e Temer – cujo desfecho melancólico só se conheceu em 2017, com ambos inocentados, apesar da fartura de provas. Espantosamente, Dilma manifestava a aliados a confiança de que Cunha aceitaria o pacto de proteção mútua, feitiçaria sugerida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que isso lhe bastaria para atravessar a tempestade.

    Publicidade

    “Na semana passada, mesmo depois de tantas derrotas, a presidente ainda via ‘uma luz no fim do túnel’. A luz realmente está lá, mas é a capacidade real de angariar apoio no Congresso que vai decidir se ela é resultado da refração do sol da tranquilidade que brilha no futuro ou o farol da locomotiva que vai significar o fim da linha de Dilma”, dizia VEJA de outubro de 2015. Como se viu, era o fim da linha.

    Clique para ler a reportagem de VEJA no Acervo Digital.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.