O mundo gira, a lusitana roda, e o que interessa sempre termina na mão de petistas. O petismo hoje é um guarda-chuva amplo. Abrange até um discreto antigovernismo, ou governismo crítico, como queiram. É o caso do deputado Paulo Delgado (PT-MG), não reeleito, que cumpre o seu papel na organização: é o petista que diz o que pensa. Acabou se dando bem. Foi o indicado da base para a vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). De certo modo, está com o futuro mais garantido do que um governista empedernido: o cargo é vitalício, com salário de R$ 23,2 mil. Deputados recebem R$ 12,8 mil por mês. É claro que aí não estão consideradas as múltiplas vantagens indiretas. De qualquer modo, Delgado, não reeleito, acaba premiado pela punição das urnas e por seus juízos largos e críticos sobre a direção do PT. Os deputados da Comissão de Finanças têm de aprovar a indicação e, então, submetê-la a plenário. Não deve haver surpresas. Leia mais na
Folha On Line: “A base aliada do governo na Câmara decidiu apoiar o deputado Paulo Delgado (PT-MG) para disputar a vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União). Os partidos aliados fizeram uma eleição prévia com 213 deputados para encontrar consenso em torno do nome do candidato. Delgado acabou escolhido por maioria na eleição secreta e teve o nome referendado em reunião entre os aliados. O líder do PL na Câmara, deputado Luciano Castro (RR), disse que o objetivo dos aliados era evitar desgastes aos demais candidatos na disputa. “Houve um entendimento em torno do nome dele. Nós poderíamos fazer essa eleição prévia e, posteriormente, quem perdeu poderia se lançar candidato. Mas consensualmente chegamos à conclusão que o Paulo reunia as melhores condições para disputar o cargo pela base aliada”, afirmou o líder. Os deputados Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) abriram mão das candidaturas com a escolha de Delgado. O PSC também se comprometeu a retirar o nome do secretário-geral da mesa, Mozart Vianna de Paiva. Pela oposição disputam a vaga os deputados Aroldo Cedraz (PFL-BA), Gonzaga Mota (PSDB-CE) e Ademir Camilo (PDT-MG).”