Remelentos e Mafaldinhas: de fato e de ficção
Um leitor me manda links com trechos da novela Duas Caras, que trata da invasão da reitoria. Não custa lembrar: há dois dias, os tontons-macoutes do petismo ocuparam, na porrada, a reitoria da PUC-SP. Contei o caso aqui. Há três seqüências:– Se você clicar aqui, acompanha o diálogo da dona da universidade com os professores […]
Um leitor me manda links com trechos da novela Duas Caras, que trata da invasão da reitoria. Não custa lembrar: há dois dias, os tontons-macoutes do petismo ocuparam, na porrada, a reitoria da PUC-SP. Contei o caso aqui.
Há três seqüências:
– Se você clicar aqui, acompanha o diálogo da dona da universidade com os professores esquerdopatas, aliados dos baderneiros;
– Clicando aqui, vê a baderna propriamente dita, não muito distante da realidade;
– aqui, o prenúncio do confronto entre a polícia e o líder dos remelentos e das Mafaldinhas.
Leitores me advertem: “Reinaldo, o ‘outro lado’ — os não-esquerdistas — também não péssimos na novela de Aguinaldo Silva.” Ok. Não estou aqui saudando a existência de uma novela “de direita” — essa é, aliás, a acusação que em breve algum esquerdopata do jornalismo vai fazer.
A ser como parece, estou apenas aplaudindo o fato de haver uma novela que não puxa o saco de esquerdistas, traficantes e meliantes. Acreditem: já é um ganho e tanto num país em que ser bandido parece ser precondição para ser herói.
Aliás, eu me arriscaria a dizer, sem ser especialista nisso também — não sou especialista em nada: os petralhas têm razão —, que a chamada “crise no gênero novela” decorre do bom-mocismo dos autores. Novela não é aula de educação moral e cívica.