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Raposa Serra do Sol vai inaugurar o verdadeiro Capitalismo Selvagem

A propósito ainda da questão indígena, li por esses dias que o CIR (Conselho Indígena de Roraima) já está lá em escaramuças com outros índios para decidir o que vai acontecer em Raposa Serra do Sol. Só para lembra: há, estima-se, uns 17 mil índios na reserva. Apenas 7 mil são ligados ao CIR, que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h42 - Publicado em 5 Maio 2009, 20h48
A propósito ainda da questão indígena, li por esses dias que o CIR (Conselho Indígena de Roraima) já está lá em escaramuças com outros índios para decidir o que vai acontecer em Raposa Serra do Sol. Só para lembra: há, estima-se, uns 17 mil índios na reserva. Apenas 7 mil são ligados ao CIR, que é cria do CIMI, Conselho Indigenista Missionário, ligado à ala heavy metal da Igreja Católica — aquela banda que mistura água benta com o Curupira. O CIR também recebe generosos financiamentos da Fundação Ford — aquela entidade, vocês sabem, encarregada de espalhar o bem na terra. Uma miríade de ONGs voeja em torno do tal conselho.

Pois bem. Uma das idéias que os valentes estão cultivando é a exploração das, tchan, tcham tchan…, riquezas minerais de Raposa Serra do Sol — vale dizer: a exploração do subsolo. A proposta em gestação é terceirizar a exploração, e os índios receberiam, digamos, royalties pelas riquezas dali extraídas. As riquezas do subsolo, segundo a Constituição, pertencem à União.

Não só isso. Raposa Serra do Sol foi mantida como reserva em área contínua, com a expulsão dos não-índios da região, segundo 19 condições estabelecidas no STF. Lembro a 2ª, a 3ª e a 4ª:
2 – O usufruto dos índios não abrange a exploração de recursos hídricos e potenciais energéticos, que dependerá sempre da autorização do Congresso Nacional;
3 – O usufruto dos índios não abrange a pesquisa e a lavra de recursos naturais, que dependerá sempre de autorização do Congresso Nacional;
4 – O usufruto dos índios não abrange a garimpagem nem a faiscação.

Mas a gente sabe como são essas coisas, não é? Expulsar os arrozeiros de Raposa Serra do Sol — eles ocupavam apenas 0,7% da área — era apenas uma etapa da “luta”. Agora começa a outra, que consiste em tentar alterar as condições impostas pelo STF, devolvendo os “não-índios” para a reserva, mas agora sob o controle do CIR, da Escatologia da Libertação e das ONGs. Eis uma evidência dos laços realmente atávicos que prendem o índio à terra, conforme o voto do indianista Ayres Britto.

Também está em debate o que fazer com as lavouras de arroz, quem poderá levar adiante a cultura, onde está a expertise para fazê-lo, quem topa ser agricultor não-assalariado, essas coisas… Os índios, tornados os maiores latifundiários do mundo, deveriam abrir uma espécie de licitação, né? Usariam a terra como base material de uma espécie de rentismo — o verdadeiro capitalismo selvagem —, entregando o subsolo a mineradoras profissionais e a terra à agroindústria. E viveriam com uma porcentagem dos lucros, sem precisar calejar as mãos — não a “cacicaria” ao menos. Talvez alguns silvícolas tivessem de trabalhar, de pegar no pesado. Mas que não se veja nisso a introdução da luta de classes em Raposa Serra do Sol.

Não!!! Trata-se de um sistema novo, nascido, na verdade, da força de Tupã em associação com a cruz invertida da Escatologia da Libertação. Tudo consumado sob os auspícios da toga convertida em porta-voz do onguismo sem pátria.

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