Por Catia Seabra e Bernardo Mello Franco, na Folha:
A estratégia de comunicação de Fernando Haddad (PT) virou objeto de desavença entre o núcleo político e o marketing da campanha. Petistas cobram “resposta à altura” aos ataques de José Serra (PSDB) e ofensiva para “desconstruir” o líder Celso Russomano (PRB). O coordenador de comunicação, José Américo, defendeu um tom mais emotivo na TV em reunião ontem. Paulo Alves, da equipe do publicitário João Santana, discordou. Segundo participantes, ele foi voto vencido, mas ainda não há consenso sobre as mudanças necessárias, que terão que ser submetidas ao ex-presidente Lula.
A principal cobrança é por uma linha mais agressiva nas inserções de TV, onde Haddad tem sido mais atacado por Serra com referências ao mensalão. Os petistas não devem mencionar o escândalo, mas vão preparar o candidato para contra-atacar. Também há pressão para contestar as credenciais de Russomanno em defesa dos eleitores mais pobres. A performance de Haddad no debate de anteontem na TV Cultura foi considerada ruim. Ele ouviu críticas por abrir brecha para Serra acusar o governo de entregar o Ministério da Cultura a Marta Suplicy para socorrê-lo. A política de comunicação não é a única fonte de divergência na campanha. A centralização de poder nas mãos de João Santana e do coordenador Antonio Donato contraria os petistas. Américo e Donato negam divergências.
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