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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Propaganda com moderação

Por Marta Salomon na Folha. Volto em seguida:O bilionário mercado das cervejas está na mira das novas regras para a propaganda de bebidas alcoólicas que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) prepara para aprovar nas próximas semanas, um ano e cinco meses depois de a primeira proposta de restrições à publicidade ser lançada a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h32 - Publicado em 12 abr 2007, 05h50
Por Marta Salomon na Folha. Volto em seguida:
O bilionário mercado das cervejas está na mira das novas regras para a propaganda de bebidas alcoólicas que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) prepara para aprovar nas próximas semanas, um ano e cinco meses depois de a primeira proposta de restrições à publicidade ser lançada a consulta pública.
Além de sofrer limites nos horários de veiculação no rádio e TV -ficaria proibida entre 8h e 20h-, a propaganda de bebidas com mais de 0,5 grau de teor alcoólico nos meios de comunicação em geral (jornais, revista, internet) terá de ser acompanhada por alertas.
Eles associam o consumo de álcool a acidentes de trânsito com vítimas, má-formação de bebês e até ao abuso sexual e episódios de violência, prevê a última versão do regulamento.
São 13 frases de advertência do Ministério da Saúde que deverão substituir o atual enunciado “Beba com moderação”. A medida não afeta os rótulos. No caso da televisão, as advertências deverão ser veiculadas, por meio de texto e voz, imediatamente após a mensagem publicitária. As frases também deverão ser veiculadas nas propagandas na internet.
O tamanho das frases vai variar de acordo com a mídia. Em jornais, dependendo do tamanho do anúncio, a frase será grafada em corpo 7 a 12, sempre em letra de cor preta, maiúsculas, sobre fundo branco.
“Garanto que isso [a votação] ocorre nas próximas semanas”, disse ontem Dirceu Raposo, presidente da Anvisa. A proposta será analisada pela diretoria da Anvisa, mas já há consenso. Há três diretores em exercício -outras duas vagas estão abertas.
Raposo adiantou que a disposição do governo é alcançar, no regulamento, bebidas de menor teor alcoólico, como cervejas e os coolers, consumidos pela população mais jovem.

Voltei
O governo está certíssimo. Se a propaganda não estimulasse o consumo, não seria necessária. Se servisse apenas para o consumidor selecionar uma entre várias marcas, seu viés seria sempre comparativo. A proposta não é proibir a propaganda de cerveja, mas tentar, ao menor, diminuir o acesso das crianças e dos mais jovens ao estímulo. Tratar a cerveja como bebida não alcoólica é ridículo. Fumo, como já disse, e bebo — acho que socialmente. Respondo pelas minhas escolhas, inclusive as erradas.

TVs são concessões públicas. Adultos podem perfeitamente discernir o certo do errado. Com crianças e adolescentes, as coisas se complicam um tanto, como sabemos. Mais do que as drogas, o alcoolismo é um verdadeiro flagelo social no Brasil. Responde, se não sabem, por boa parte dos homicídios banais que acontecem no país. A limitação à propaganda não vai curar nenhum alcoólatra, mas, ao menos, vai diminuir a exposição ao estímulo dessa parte do público ainda incapaz de escolher com plena responsabilidade.

A recomendação “Beba com moderação” dos comerciais de TV chega a soar como ironia, já que todo o, vamos dizer, “enredo” sugere justamente o contrário. Todas as escolhas são feitas mirando o jovem consumidor — com linguage que apela, com freqüência, ao desenho animado. E aí se está falando é com crianças mesmo. Isso não tem nada a ver com liberdade de expressão ou censura, mas com adequação e decoro. E nós precisamos das duas coisas para viver em sociedade.

Se algo deve ser criticado na proposta é a sua timidez. As crianças de hoje não vão mais para a cama às 20h. A propaganda de bebida alcoólica deveria ser liberada, entendo, a patir das 22h. Pra que comprar meia-briga? Todo o mundo civilizado, a começar dos Estados Unidos, impõe restrições muito mais severas à propaganda do que estas propostas pela Anvisa.

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