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Pervertidos éticos 2 – Sobre os bobos da corte lulista

Setores do jornalismo paulistano quebraram a cara, com sua bola de cristal tornada opaca pela velharia ideológica, e enganaram seus leitores A que me refiro? Levaram boa parte deles a acreditar, aos menos nos dois primeiros terços da campanha eleitoral, que a petista Marta Suplicy seria eleita prefeita de São Paulo no primeiro turno. Entre […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h40 - Publicado em 3 nov 2008, 18h20
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  • Setores do jornalismo paulistano quebraram a cara, com sua bola de cristal tornada opaca pela velharia ideológica, e enganaram seus leitores A que me refiro? Levaram boa parte deles a acreditar, aos menos nos dois primeiros terços da campanha eleitoral, que a petista Marta Suplicy seria eleita prefeita de São Paulo no primeiro turno. Entre a piedade e a delicadeza que costumo ter com alguns adversários — que talvez alimentem a pretensão de me tomar como inimigo —, vou me abster de recuperar aqui algumas colunas que anteciparam o desastre para José Serra na eleição de 2008. Gilberto Kassab, então, era tratado como um bobalhão. Serei ainda mais generoso e me dispensarei de republicar as, digamos assim, reportagens em que se sustentava que Lula passaria como um trator nessas eleições. Façam a pesquisa vocês mesmos.

    Como de hábito, basta que uns poucos não comunguem de seus valores tortos e de suas antevisões erradas para que sejam tomados, então, como inimigos. Ora, os leitores deste blog sabem, não é? NUNCA TOMEI AS ELEIÇÕES DE 2008 COMO ENSAIO GERAL PARA 2010. Eles é que o faziam — enquanto vislumbravam uma lavada do PT. Pararam de fazê-lo quando ficou claro que as urnas não confirmariam seus delírios. Apontei aqui, como todo mundo, que Serra foi um dos vitoriosos deste pleito, mas em nenhum momento o tratei, porque seria um estupidez, como uma espécie de presidente virtualmente eleito.

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    Negar, no entanto, que Lula tenha sido derrotado é trabalho, para lembrar Diogo, das Fadas Sininho do jornalismo, catitas em seu bater nervoso de asinhas, ansiosas para levar as bombas para explodir longe do pirata. Ah, foi. Foi porque se meteu além da conta na eleição de São Paulo, anunciou a vitória da companheira Marta, disse que ela estava sendo copiada pelos adversários, diabolizou o DEM… E deu no que deu. Lula escolheu ser derrotado até em Natal, uma cidade bem menor, teoricamente mais influenciável pela fala do demiurgo. Ele fez lá o discurso mais virulento de campanha. E sua candidata foi fragorosamente derrotada. A tal da maré vermelha nem “marola” era, para usar palavra de apedêutico gosto.

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    Quer dizer que Lula não influenciará o eleitor no pleito presidencial? Estou entre aqueles que acreditam que qualquer candidato do Babalorixá e com o apoio do PT, mesmo que seja Dilma Rousseff — com seu discurso que é um verdadeiro “caos de idéias claras”, em meio a anacolutos que espancam a língua portuguesa como um martelo —, chega facilmente a 30% na preferência do eleitorado. Por mais que o Brasil venha a sofrer os efeitos da crise, Lula terá um candidato competitivo à Presidência, seja ele quem for. Assim, as Fadas Sininho não precisam sair por levantando, nervosinhas, o saiote: vocês estão na parada, meninas! Não há, creio, “conspiração de direita” — essas das urnas, vocês sabem… — capaz de tirar do PT ao menos um lugar no segundo turno.

    Lula não tem influência sobre o voto para prefeito — o munícipe sabe que ele não sabe do que está falando e faz apenas pregação partidária —, mas tem, sim, influência na escolha do futuro presidente. Assim, os erquerdólatras devem diminuir o grau de ansiedade, fazendo textos menos enfezados. Sim, as chances são grandes.

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    Ademais, os mesmos que escreveram e juraram de pés juntos que Serra tinha quebrado a cara escrevem e juram agora — com os pés um tanto separados — que ele é a ponta de lança ou o cavalo de Tróia de uma espécie de conspiração da direita. E têm tanta razão acerca disso como tinham quando glorificaram o seu desastre.

    Para arrematar
    As Fadas Sininho também se irritam quando as esquerdopatias do petismo são apontadas. E asseveram, brandindo sua varinha mágica, que esse é um discurso velho, superado, passadista. Não obstante, elas vendem àqueles mesmos leitores que estavam sendo enganados que a vitória de Gilberto Kassab, em São Paulo, caracteriza a volta da terrível direita paulistana. Dissessem isso como registro corriqueiro da vitória, vá lá, de uma direita democrática, poderia até ser um erro, mas sem dolo intelectual e jornalístico. Ocorre que, como consideram o termo “direita” uma ofensa, pretendem, com isso, colar uma pecha no prefeito e negar o óbvio: Kassab foi reeleito pelas AMAs, pelo Cidade Limpa, pelo asfaltamento, pelos dois hospitais, pelo fim das escolas de lata etc.

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    Tomara seja essa a nova cara da direita, não é mesmo? A eficiência mostrou ser um bom remédio contra o ódio — inclusive o destilado por certo jornalismo.

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