Oh, as centrais sindicais ameaçam o presidente Michel Temer com o fim do mundo, o Apocalipse, a batalha final? Não me digam!
Sabem quem realmente desafia, como diria Belchior, “O meu som, a minha fúria/ e essa pressa de viver”? Paulinho da Força (SD-SP). O chefão da central não sabe, mas foi para ele que La Rochefoucauld (foto) cravou a frase: “A hipocrisia é o tributo que o vício presta à virtude”. Já chego ao ponto. Antes, algumas outras considerações.
O objetivo, obviamente, é intimidar o Congresso. Se os parlamentares aprovarem as reformas trabalhista e da Previdência como estão, o presidente Temer terá assegurado um lugar de honra, dos mais elevados, na história. E também as lideranças políticas que estiverem a seu lado.
Ocorre que Temer não vai disputar cargo nenhum em 2018, e os deputados e senadores vão. Quando as centrais ameaçam o país com a ingovernabilidade e a com reação, miram mesmo é o Congresso Nacional.
Pois bem: Paulinho, este monumento à coerência e à moral, fez a sua tradicional patuscada de 1º de Maio. Sorteou uma penca de carros no evento da Força e distribuiu chocolates.
Segundo o valentão, as reformas propostas pelo governo Temer só beneficiam os bancos e as grandes empresas. Entendi.
Pois saibam: a festança da Força foi patrocinada por uma montadora, um banco e uma empresa de chocolates.