Os “inteliquituais” já se juntaram a Haddad, o homem do dedaço de Lula
Vocês sabem como é… No Brasil — há nisso certa herança francesa, dos anos 50 e 60 — , professor universitário de esquerda, não importa a qualidade do que produza, é considerado “intelectual”, e “intelectual” (desse tipo) é tomado como voz da sociedade civil. A decana da turma é Marilena Chaui. Ela já fez duas […]
Vocês sabem como é… No Brasil — há nisso certa herança francesa, dos anos 50 e 60 — , professor universitário de esquerda, não importa a qualidade do que produza, é considerado “intelectual”, e “intelectual” (desse tipo) é tomado como voz da sociedade civil. A decana da turma é Marilena Chaui. Ela já fez duas intervenções notáveis no campo do pensamento: estudou a obra de Spinoza (“Espinosa” para ela…) e de Delúbio Soares — um grande intérprete de seu Schopenhauer predileto: Luiz Inácio Apedeuta da Silva.
Marilena foi uma das que acusaram “golpe da mídia” quando surgiram as notícias sobre o mensalão. Estava fornecendo os fundamentos teóricos do modelo que se erigiu então, que é este que aí está, em que brilham patriotas como Alfredo Nascimento, Wagner Rossi e outros tantos de seu próprio partido, já que, na base aliada, ninguém faz inveja a ninguém.
Informa Vera Magalhães, na Folha de hoje, que Fernando Haddad — que Lula decidiu, no dedaço, que tem de ser o candidato do PT à Prefeitura de são Paulo — reuniu em sua casa alguns “intelectuais”. Marilena estava lá. Eugenio Bucci também. De hábito, ele é uma espécie de petista Poliana (ao menos para o consumo público). A síntese do seu pensamento poderia ser esta: tirando todos os defeitos, o PT é uma partido cheio de qualidades — que é o mesmo que se pode dizer de Stálin, Hitler, Mussolini e Gengis Khan.
Outro presente era Vladimir Safatle. É aquele rapaz que considera os terroristas “sujeitos não-substanciais que tendem a se manifestar como pura potência disruptiva e negativa” e que, segundo ele, devem ser, de algum modo, abrigados no sistema político. Que estes sujeitos “não substanciais” matem crianças substanciais em ônibus ou acampamentos, por exemplo, é um detalhe. Eu adoraria ler os eventos protagonizados por aquele vagabundo na Noruega segundo o “olhar” de Safatle. Tenho certa curiosidade de saber se também o terrorismo de extrema-direita lhe parece aceitável… Tenham paciência!
Todos esses “intelectuais”, independentes que são, resolveram aderir à candidatura de Haddad porque Lula mandou, dando, mais uma vez, a prova de sua independência. Faz sentido. São todos de esquerda; todos, a exemplo do próprio Haddad, filhos do leninismo tardio que toma conta da universidade brasileira, uma das últimas do mundo em que o marxismo ainda é levado a sério como promessa de futuro.
Ninguém quer revolução, claro… Se tudo der certo, o partido vence a eleição e faz o de sempre: divide o butim entre os saqueadores.