Em entrevista ao “Jornal da Manhã”, da Rádio Jovem Pan, Ives Gandra da Silva Martins, um dos mais respeitados e respeitáveis juristas do país, fez elogios à defesa que este jornalista tem feito do Eestado de direito.
https://www.youtube.com/watch?v=i1IuinLR_OY
Faço críticas a aspectos da Lava Jato desde o primeiro ano da operação. As minhas referências são sempre a democracia, o estado de direito e o devido processo legal.
Não disponho de instrumentos melhores do que esses a oferecer aos leitores. A opinião é livre, mas ela tem de ser informada. Como já disse alguém, todos têm direito à própria opinião, mas não aos próprios fatos.
Sim, no fim das contas, parte das escolhas que fazemos e das nossas aprovações e reprovações está assentada em juízos de valor, que são disposições subjetivas, particulares. Para que isso ganhe o status de opinião responsável, é preciso que tais disposições estejam assentadas em fatos.
Assim, é preciso que fique claro: uma opinião pode ser mentirosa se prescinde de qualquer base objetiva.
Ultimamente, no campo do direito, assoberbam-se os abelhudos. “Ah, você é um deles”, diria alguém. Pode até ser, mas eu estudo. E procuro falar com quem sabe mais do que eu. Não tem sido a regra no país. Infelizmente!
Críticas absurdas
Não dou plantão em redes sociais, já disse, mas é claro que me chegam ecos do que por lá vai. Entre os críticos, há os rematados imbecis, que resolveram anunciar a minha (re)conversão ao petismo, o que é do balacobaco.
Já os imbecis rematados asseguram que só faço críticas à operação porque quero proteger os… tucanos! Ah, inteligente essa, hein?
Há os que se pretendem pragmáticos e perguntam: “Será que o Reinaldo pensa que o Brasil é a Suíça?”, o que me faz supor que existem pessoas para as quais o estado de direito e de triunfo da lei é dessas excentricidades a que só os países ricos podem se permitir.
Não! Eu penso que o Brasil é o Brasil mesmo, com todas as dificuldades. Preservar o molde legal e institucional, numa democracia, é a escolha essencial que um conservador deve fazer. E não para engessar a sociedade, mas para que ela se renove sem praticar injustiças.
É o que eu penso. Fico feliz que o doutor Ives Gandra Martins, sabendo o que sabe e sendo quem é, reconheça neste escriba e comentarista a defesa intransigente da civilidade democrática.