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O PT perdeu uma grande chance

Antes de o site do PT ser invadido por hackers, o partido já havia sido tomado por sua amoralidade. Já que tinha ido tudo para o beleléu, era uma ótima chance de eliminar alguns documentos que são a comprovação do seu opróbrio passado e presente, com a tal Carta de 1979, ainda na pré-história do […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 23h17 - Publicado em 24 ago 2006, 18h13
Antes de o site do PT ser invadido por hackers, o partido já havia sido tomado por sua amoralidade. Já que tinha ido tudo para o beleléu, era uma ótima chance de eliminar alguns documentos que são a comprovação do seu opróbrio passado e presente, com a tal Carta de 1979, ainda na pré-história do partido: “Repudiando toda forma de manipulação política das massas exploradas, incluindo, sobretudo as manipulações próprias do regime pré-64, o PT recusa-se a aceitar em seu interior, representantes das classes exploradoras. Vale dizer, o Partido dos Trabalhadores é um partido sem patrões! As tentativas de reviver o velho PTB de Vargas, ainda que, hoje, sejam anunciadas ‘sem erros do passado’ ou ‘de baixo para cima’, não passam de propostas de arregimentação dos trabalhadores para defesa de interesses de setores do empresariado nacional. Se o empresariado nacional quer construir seu próprio partido político, apelando para sua própria clientela, nada temos a opor, porém denunciamos suas tentativas de iludir os trabalhadores brasileiros com seus rótulos e apelos demagógicos e de querer transformá-los em massa de manobra para seus objetivos.” Imaginem. Na Grã-Bretanha, Margareth Thatcher começava a mudar o mundo. “Ai que vergonha do Varte” (uma hora conta essa piada…)!

Poderia aproveitar para revogar o Manifesto de Fundação, de 10 de fevereiro de 1980: “O PT pretende ser uma real expressão política de todos os explorados pelo sistema capitalista. Somos um Partido dos Trabalhadores, não um partido para iludir os trabalhadores. Queremos a política como atividade própria das massas que desejam participar, legal e legitimamente, de todas as decisões da sociedade.”

Também esqueceria que um dia escreveu o texto “O Socialismo Petista”, uma estrovenga de 1990 onde se lê: “Esse compromisso de raiz com a democracia nos fez igualmente anticapitalistas – assim como a opção anticapitalista qualificou de modo inequívoco nossa luta democrática. Um dos estímulos mais poderosos a nossa organização, como partido político dotado de um projeto alternativo de governo e de poder, foi a descoberta (para a maioria dos petistas, antes empírica que teórica) da perversidade estrutural do capitalismo. Fomos, e seguimos sendo, resposta indignada ao sofrimento desnecessário de milhões, conseqüência lógica da barbárie capitalista.” Isso tudo, claro, era antes de Olavo Setúbal demonstrar satisfação com o “conservadorismo” de Lula.

Bobajada
Ops! Calma lá, leitor amigo. Não estou, como faz Clóvis Rossi às vezes, afirmando que eles um dia foram puros e depois se perderam. Sempre houve dolo ideológico nessa conversa toda. Sempre foi um projeto de poder. Desde o começo, como se vê, o PT se comportava como um chupa-cabra das lutas democráticas, que privatizou, como se fossem suas. Vejam o que se diz ali sobre Getúlio Vargas, até que chegassem os dias de hoje, quando o Babalorixá diz que “nunca se fez tanto pelo trabalhador desde Getúlio”.

Quando sugiro que o PT hackeie a própria história não é porque eu veja um contraste entre o “antes” e o “agora”. Não! Vejo ali a semente do projeto autoritário que aí está. A história denuncia essa gente. Nenhum hacker fará tanto mal ao PT como a verdade.

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