O planejamento familiar: os Lula da Silva têm de dar o exemplo!
Pedem-me que comente o programa oficial de planejamento familiar, uma forma disfarçada de tentar fazer o controle de natalidade dos pobres. E, aqui, só estou evitando eufemismos, sem ainda fazer juízo de valor. “Ah, o controle não é obrigatório, como na China”. Sim, é fato. No Brasil, vai-se tentar um jeitinho. Que seja Lula, um […]
Sou contra as medidas? Respondo assim: antes isso do que o que se estava propondo, que era a legalização do assassinato. Afinal, a mulher que tomar píLula ou se submeter ao ligamento de trompas ou o homem que fizer vasectomia ou recorrer à camisinha estarão dispondo apenas do próprio corpo. É uma derrota do ministro da Saúde e do governo Lula. Parece que desistiram de, como é mesmo?, “fazer o debate sobre o aborto”.
A boa pergunta é outra: será eficaz? O melhor método contraceptivo é o sexo responsável. Até que houver um estímulo, vindo de muitas partes (inclusive da propaganda oficial sobre preservativos), em favor da irresponsabilidade, com a prática sexual tratada com a gravidade com que se abre o zíper da calça, tudo será inútil. Fazer ou não fazer sexo é uma escolha individual e moral. Não há camisinha que dê jeito em quem acha que tudo lhe convém porque tudo lhe é permitido. Os meios contraceptivos que o estado vai oferecer aos indivíduos eternizam a sua condição de menores de idade eternos, tutelados pelo estado. O programa terá algum efeito residual. Não mais do que isso.
Lula, como sempre, banaliza até o que seu próprio governo pretende instituir como coisa séria. No lançamento do programa, bom machista, foi jocoso com a vasectomia, imaginando-se, para rechaçar a prática, como um candidato à cirurgia. Não seria má idéia. Aliás, como imperativo ético, toda a família Lula da Silva em idade reprodutiva deveria optar pela esterilização. Para dar o exemplo. Taí um bom investimento que o Brasil faria no futuro. O que é bom para os brasileiros certamente é bom para os Lula da Silva, não?