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O exoesqueleto de Nicolelis e o baú da salvação

Escrevi ontem um post sobre o “evento maravilhoso” do exoesqueleto de Miguel Nocolelis, o cientista que sabe ser notícia. Não sou estudioso da área. Mesmo como jornalista, o assunto não está entre as minhas leituras prediletas. Limitei-me a expressar certos incômodos que a persona pública de Nicolelis provoca em mim. Publico aqui trecho de um artigo do jornalista Jairo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h40 - Publicado em 13 jun 2014, 05h03
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  • Escrevi ontem um post sobre o “evento maravilhoso” do exoesqueleto de Miguel Nocolelis, o cientista que sabe ser notícia. Não sou estudioso da área. Mesmo como jornalista, o assunto não está entre as minhas leituras prediletas. Limitei-me a expressar certos incômodos que a persona pública de Nicolelis provoca em mim. Publico aqui trecho de um artigo do jornalista Jairo Marques, colunista da Folha, que é cadeirante e acompanha com mais atenção os avanços na ciência nesse particular. Leiam.
    *
    Chute de exoesqueleto é, mais uma vez, oferta de baú misterioso de salvação

    Em um rápido esbarrão com o filósofo Mário Sérgio Cortella, dias atrás, ele me aconselhou a nunca questionar esperanças, apenas respeitá-las e tentar entendê-las.

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    Assim, preciso admitir que a também rápida, rapidíssima, papa-léguas demonstração da roupa robótica, usada por um paraplégico, que encostou em uma bola em plena abertura da Copa do Mundo, pode abrir uma nova era de possibilidades.

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    O exoesqueleto, supostamente comandado por sinais do cérebro, oferece promessas futuras de mais conforto, mais mobilidade e mais independência para pessoas com deficiência física. A tecnologia tem potencial para destrancar sonhos guardados no campo do impossível.

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    Dito isso, o cutuque na bola — visto por alguns superatentos —, que consumiu R$ 33 milhões de dinheiro público, traz consigo elementos controversos para um arrazoado respeito e aceitação.

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    Vendido como “cura”, o exoesqueleto se posicionou com a imponência de um avião que abriria fronteiras jamais cruzadas, sobrepôs-se à necessidade de entender a diversidade humana e a urgência de promover inclusão no planeta de hoje, de amanhã e de vários séculos.

    É emocionante ver. É gostoso imaginar. É prazeroso acreditar. Porém, mais uma vez, um baú misterioso que guarda salvações foi aberto diante daqueles que sensivelmente se agarram em quaisquer fios de gelatina.

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    O experimento propagou o andar como algo estritamente motor, bastando vestir um suporte para que o corpo de um lesado medular saia saracoteando como pinto no lixo.

    A realidade é brutalmente mais complexa. Ficar em pé e dar uns passinhos, a Rede Sarah de Reabilitação já consegue com êxito há décadas, e de forma mais clara do que o que foi exibido.

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    Um paraplégico voltar a andar vai implicar intercorrências em um sistema circulatório debilitado, em ossos enfraquecidos, em um tecido dérmico sujeito a feridas.

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    Tratar de dentro para fora, como os experimentos com células-tronco e estimulação elétrica têm tentado, com menos holofotes, é rumo bem mais certo.
    (…)

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