Momento Psicanalítico do Blog – Secretário de Imprensa de Dilma diz que sou seu ídolo e fala sobre a minha garrucha
Escrevi ontem três posts (aqui , aqui e aqui) sobre um tal, como é mesmo?, ah, José Ramos Filho, secretário de Imprensa do Palácio do Planalto, que resolveu fazer chicana no Twitter. Vejam lá. O homem é um espanto. Na crise do Ministério da Agricultura, o secretário de Imprensa decidiu atacar a… imprensa! Também fez […]
Escrevi ontem três posts (aqui , aqui e aqui) sobre um tal, como é mesmo?, ah, José Ramos Filho, secretário de Imprensa do Palácio do Planalto, que resolveu fazer chicana no Twitter. Vejam lá. O homem é um espanto. Na crise do Ministério da Agricultura, o secretário de Imprensa decidiu atacar a… imprensa! Também fez pouco do esforço moralizador de sua chefe. Em junho, ligou para a Polícia Federal para saber — cheio da autoridade que não tem — quem havia passado informações sobre corrupção no serviço público a um repórter da VEJA.
Em busca de fama (fortuna não posso garantir; em Brasília, Ramos é cercado de especialistas nessa área), ele resolveu fazer mais alguns gracejos no Twitter, agora endereçados a mim. Ah, a desocupação é a morada do capeta! Escreveu o que segue. Volto depois:
1 – Frustrado por não demitir ministro, abaixa a garrucha pra minha careca. Valha-me Deus, como vou pagar o leite do dandan?
2 – O Reinaldo Azevedo não entendeu meu post sobre a Abril pleitear ser Diário Oficial. Deixa eu traduzir: quer nomear e demitir ministros.
3 – Estou de luto. Meu ídolo Reinaldo Azevedo falou mal de mim. Sniiffff
Voltei
Nossa! Mas que texto mais cheio de veneno, charme, humor e picardia! Sou “ídolo” dele, é? Posso entender as duas coisas: por que ele me cultua e por que eu nunca tinha ouvido falar dele.
Ramos não está tentando traduzir o que seja para mim, não! Traduz é para Dilma, sua chefe, de quem fez pouco em um de seus tuítes. A Abril, que edita dezenas de revistas, não quer demitir ninguém — boa parte das publicações passa longe da política. Quem fez as demissões até agora, segundo entendi, foi a presidente Dilma Rousseff. A revista VEJA só ofereceu os elementos necessários, segundo os critérios estritos da moralidade pública, para que ela tomasse a decisão.
Quanto ao primeiro tuíte, ai, ai… O sujeito se define. Na hipótese de minha “garrucha” ser uma metáfora, impossível “abaixá-la”. Meu lema é este: com a espinha e a garrucha sempre eretas, contra os pistoleiros do dinheiro público.
Ah, sim, Zé Ramos: como jornalismo é precisão e como se sabe que a boa metáfora, ainda que feita de uma associação subjetiva, deve buscar uma semelhança entre os referentes associados de modo arbitrário pelo autor, refira-se, doravante, ao meu fuzil, de firmada reputação no mercado das armas metafóricas.
Agora estranho mesmo é este negócio, que parece uma autodefinição: “Reinaldo abaixa a garrucha para a minha careca”. Sei… Só posso acertá-lo descendo o nível da mira… Isso é o “Secretário de Imprensa da Presidência da República”??? Quanto ao “leite do Dandan” — seja lá quem for —, uma boa maneira de garanti-lo é com trabalho, a exemplo do que faz a esmagadora maioria do povo brasileiro, que garante a boa vida dos desocupados de Brasília. Os que trabalham não devem ficar ofendidos, é claro.