Lula: mudando a natureza da Opep
A vocação do Brasil, vocês sabem, é assombrar o mundo com suas jabuticabas teóricas. O governo vai criar, por exemplo, um Fundo Soberano com sobras do superávit primário — em vez de usá-las para abater a dívida — porque se vê grande graça em rolar títulos públicos a 11,5% ao ano e receber, sei lá, […]
A vocação do Brasil, vocês sabem, é assombrar o mundo com suas jabuticabas teóricas. O governo vai criar, por exemplo, um Fundo Soberano com sobras do superávit primário — em vez de usá-las para abater a dívida — porque se vê grande graça em rolar títulos públicos a 11,5% ao ano e receber, sei lá, 3% no tal fundo. A sabedoria convencional não explica, mas Lolovsky Apedeuakoba acha que esse papo de sabedoria é coisa de ter ou não ter voto.
A edição on line internacional da revista alemã Der Spiegel traz uma entrevista com Lula (clique aqui). Indagado sobre as, quem sabe?, fantásticas reservas de petróleo do Brasil, ele mandou ver: “Then Brazil will become a major oil exporter. We want to join OPEC and try to make oil cheaper.”
Notem que, se Lula falasse inglês, a essência do que diz não mudaria… Sim, vocês entenderam: o Brasil entraria na Opep para tentar baixar o preço do petróleo. Seria o primeiro país do mundo — coisa também inédita — a integrar um cartel com o objetivo de baixar preços.
A afirmação, claro, foi parar no título da entrevista.