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Julian Assange: a última do delinquente com máscara de herói

Coloquem ali no mecanismo de procura do blog o nome de Julian Assange, o homem do WikiLeaks, e vocês verão o resultado. Esse delinquente nunca me enganou. Há uma enorme, uma gigantesca, uma brutal diferença entre divulgar informações que chegam a jornalistas e patrocinar ilegalidades para obtê-las; entre denunciar crimes e violar sigilos que, muitas […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h05 - Publicado em 17 abr 2012, 23h31

Coloquem ali no mecanismo de procura do blog o nome de Julian Assange, o homem do WikiLeaks, e vocês verão o resultado. Esse delinquente nunca me enganou. Há uma enorme, uma gigantesca, uma brutal diferença entre divulgar informações que chegam a jornalistas e patrocinar ilegalidades para obtê-las; entre denunciar crimes e violar sigilos que, muitas vezes, protegem pessoas. Assange é a perversão da transparência. Ele patrocina práticas criminosas sob o pretexto de cuidar do interesse público; ele ignora prerrogativas dos estados democráticos em nome da democracia.

Leiam o que informa a VEJA Online. Volto em seguida.

Em estreia na TV russa, Assange entrevista líder do Hezbollah

A emissora estatal russa de TV Russia Today estreiou nesta terça-feira The World Tomorrow (O mundo amanhã, em tradução literal), programa de entrevistas encabeçado por Julian Assange, fundador do Wikileaks, responsável pelo vazamento de milhares de documentos secretos de empresas e governos. A escolha do primeiro convidado do programa – Hassan Nasrallah, líder do grupo terrorista Hezbollah, em atividade no Líbano – deixou claro que Assange está disposto a abraçar qualquer companhia para dar vazão a seu antiamericanismo.

O programa foi gravado na Grã-Bretanha, onde Assange é mantido em prisão domiciliar à espera de uma decisão sobre sua extradição à Suécia, país que o requer para interrogá-lo por quatro supostos crimes sexuais. Ele disse que esperava ser tratado como um “combatente inimigo, traidor, que dorme na cama do Kremlin e conduz entrevistas com terríveis (militantes) radicais”, segundo o site da Russia Today. É mais ou menos a esse papel que ele se prestou mesmo.

Em sua estreia, o fundador se limitou a criticar os Estados Unidos e optou por se calar quanto aos problemas enfrentandos pela própria Rússia. Em nenhum momento o fundador do Wikileaks deflagrou comentários sobre os altos índices de corrupção do país ou sobre a fortuna secreta de Vladimir Putin, citada em documentos da organização em 2010.

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Para Luke Harding, colunista do jornal britânico The Guardian, a relação de Assange com a estatal Russia Today e a escolha do terrorista Nasrallah para a estreia do programa deve ser vista com desconfiança. O representante do Hezbollah foi oportunista ao aproveitar a chance e a repercussão da transmissão para reafirmar o seu apoio ao regime sírio, que reprime há mais de um ano um movimento de contestaçao. Não por coincidência, a Rússia defende a mesma posição.

“A estreia do fundador do Wikileaks na TV russa não concede a Assange o título de revolucionário destemido. Apenas comprova o contrário: ele não passa de um idiota útil”, afirma Harding na coluna.
(…)

Voltei
Eis aí. Isso é Assange. No dia 12 de janeiro de 2011, escrevi um texto sobre este senhor chamado “Herói dos esquerdopatas”. Leiam:

Vocês precisariam ficar um tantinho do lado de cá do laptop para perceber: Julian Assange se tornou o herói da corja que se quer “antiimperialista”, aquela gente esquisita e burra que chama os americanos de “estado-unidenses” para deixar claro que a “América pertence a todos nós” – vale dizer: a vocês, a mim, a Hugo Chávez e a Daniel Ortega… Aliás, catei um “estado-unidense” dia desses num livro didático de história de uma das minhas filhas, que abri por acaso. Fui ler com mais atenção o resto. Lixo esquerdopata em escola particular “dazalite”… Entendo. Quando não queimam livros, tentam queimar o cérebro das crianças.

Chega a me surpreender que alguns tantos bípedes, que andam com a coluna ereta e dão uma boa destinação ao cérebro, ainda não tenham percebido qual é a do tal Julian e o confundam com um paladino de uma sociedade “verdadeiramente democrática”, que seria aquela onde não há segredos.

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Vênia máxima, isso não passa de uma grande bobagem. Sociedades sem segredos são as totalitárias. Quem ainda não compreendeu que o sigilo, dentro das regras pactuadas, também serve à proteção das liberdades públicas e individuais não sabe o que é democracia. O estado americano está submetido ao controle democrático, o que não é o caso de Assange.

Um delinquente, que vive sendo chutado daqui – mas volta sempre -, esquerdopata assumido, resolveu bordar suas boçalidades em defesa de Assange com uma frase que ele deve ter acariciado mais ou menos como Michelangelo fez com o seu Moisés, ao mirar a perfeição: “Liberdade só serve se for irrestrita”. Ulalá! Vai ver é por isso que ele se alinha com um governo que passa a mão na cabeça dos tiranos: já que a liberdade não pode ser irrestrita mesmo, então vamos dar vivas às ditaduras!

Assange e liberdade de imprensa não se confundem. Os jornalistas continuam a publicar o que ele vaza, sem restrições. Mas um estado que não se ocupasse de tentar punir a cadeia criminosa que resultou no vazamento teria de ser dissolvido. Ai dos americanos – e do mundo! – se o governo dos EUA desse de ombros para o fato!

Há mais: Assange usa as informações, de que se tornou monopolista – é mentira que o WikiLeaks seja hoje só um site de vazamentos, sem filtros -, para fazer uma espécie de chantagem branca. Ora anuncia que tem informações sobre um grande banco, ora promete acelerar os vazamentos, depois recua um pouquinho… O megalômano se quer o adversário nº 1 da Casa Branca, o “outro” a quem o governo americano deveria, de algum modo, se reportar em suas decisões.

Não dá! Assange faça um site para divulgar os segredos das ditaduras, e renderei a ele a minha homenagem. Enquanto ele servir para fazer com que os EUA pareçam um lugar pior do que a China, eu continuarei a tratá-lo segundo aquilo que acho que ele é: um vigarista que estimula outros vigaristas a cometer crimes contra a ordem democrática.

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Não por acaso, tornou-se o herói dos esquerdopatas que pretendem derrotar os “estado-unidenses”….

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