Julian Assange: a última do delinquente com máscara de herói
Coloquem ali no mecanismo de procura do blog o nome de Julian Assange, o homem do WikiLeaks, e vocês verão o resultado. Esse delinquente nunca me enganou. Há uma enorme, uma gigantesca, uma brutal diferença entre divulgar informações que chegam a jornalistas e patrocinar ilegalidades para obtê-las; entre denunciar crimes e violar sigilos que, muitas […]
Coloquem ali no mecanismo de procura do blog o nome de Julian Assange, o homem do WikiLeaks, e vocês verão o resultado. Esse delinquente nunca me enganou. Há uma enorme, uma gigantesca, uma brutal diferença entre divulgar informações que chegam a jornalistas e patrocinar ilegalidades para obtê-las; entre denunciar crimes e violar sigilos que, muitas vezes, protegem pessoas. Assange é a perversão da transparência. Ele patrocina práticas criminosas sob o pretexto de cuidar do interesse público; ele ignora prerrogativas dos estados democráticos em nome da democracia.
Leiam o que informa a VEJA Online. Volto em seguida.
Em estreia na TV russa, Assange entrevista líder do Hezbollah
A emissora estatal russa de TV Russia Today estreiou nesta terça-feira The World Tomorrow (O mundo amanhã, em tradução literal), programa de entrevistas encabeçado por Julian Assange, fundador do Wikileaks, responsável pelo vazamento de milhares de documentos secretos de empresas e governos. A escolha do primeiro convidado do programa – Hassan Nasrallah, líder do grupo terrorista Hezbollah, em atividade no Líbano – deixou claro que Assange está disposto a abraçar qualquer companhia para dar vazão a seu antiamericanismo.
O programa foi gravado na Grã-Bretanha, onde Assange é mantido em prisão domiciliar à espera de uma decisão sobre sua extradição à Suécia, país que o requer para interrogá-lo por quatro supostos crimes sexuais. Ele disse que esperava ser tratado como um “combatente inimigo, traidor, que dorme na cama do Kremlin e conduz entrevistas com terríveis (militantes) radicais”, segundo o site da Russia Today. É mais ou menos a esse papel que ele se prestou mesmo.
Em sua estreia, o fundador se limitou a criticar os Estados Unidos e optou por se calar quanto aos problemas enfrentandos pela própria Rússia. Em nenhum momento o fundador do Wikileaks deflagrou comentários sobre os altos índices de corrupção do país ou sobre a fortuna secreta de Vladimir Putin, citada em documentos da organização em 2010.
Para Luke Harding, colunista do jornal britânico The Guardian, a relação de Assange com a estatal Russia Today e a escolha do terrorista Nasrallah para a estreia do programa deve ser vista com desconfiança. O representante do Hezbollah foi oportunista ao aproveitar a chance e a repercussão da transmissão para reafirmar o seu apoio ao regime sírio, que reprime há mais de um ano um movimento de contestaçao. Não por coincidência, a Rússia defende a mesma posição.
“A estreia do fundador do Wikileaks na TV russa não concede a Assange o título de revolucionário destemido. Apenas comprova o contrário: ele não passa de um idiota útil”, afirma Harding na coluna.
(…)
Voltei
Eis aí. Isso é Assange. No dia 12 de janeiro de 2011, escrevi um texto sobre este senhor chamado “Herói dos esquerdopatas”. Leiam:
Vocês precisariam ficar um tantinho do lado de cá do laptop para perceber: Julian Assange se tornou o herói da corja que se quer “antiimperialista”, aquela gente esquisita e burra que chama os americanos de “estado-unidenses” para deixar claro que a “América pertence a todos nós” – vale dizer: a vocês, a mim, a Hugo Chávez e a Daniel Ortega… Aliás, catei um “estado-unidense” dia desses num livro didático de história de uma das minhas filhas, que abri por acaso. Fui ler com mais atenção o resto. Lixo esquerdopata em escola particular “dazalite”… Entendo. Quando não queimam livros, tentam queimar o cérebro das crianças.
Chega a me surpreender que alguns tantos bípedes, que andam com a coluna ereta e dão uma boa destinação ao cérebro, ainda não tenham percebido qual é a do tal Julian e o confundam com um paladino de uma sociedade “verdadeiramente democrática”, que seria aquela onde não há segredos.
Vênia máxima, isso não passa de uma grande bobagem. Sociedades sem segredos são as totalitárias. Quem ainda não compreendeu que o sigilo, dentro das regras pactuadas, também serve à proteção das liberdades públicas e individuais não sabe o que é democracia. O estado americano está submetido ao controle democrático, o que não é o caso de Assange.
Um delinquente, que vive sendo chutado daqui – mas volta sempre -, esquerdopata assumido, resolveu bordar suas boçalidades em defesa de Assange com uma frase que ele deve ter acariciado mais ou menos como Michelangelo fez com o seu Moisés, ao mirar a perfeição: “Liberdade só serve se for irrestrita”. Ulalá! Vai ver é por isso que ele se alinha com um governo que passa a mão na cabeça dos tiranos: já que a liberdade não pode ser irrestrita mesmo, então vamos dar vivas às ditaduras!
Assange e liberdade de imprensa não se confundem. Os jornalistas continuam a publicar o que ele vaza, sem restrições. Mas um estado que não se ocupasse de tentar punir a cadeia criminosa que resultou no vazamento teria de ser dissolvido. Ai dos americanos – e do mundo! – se o governo dos EUA desse de ombros para o fato!
Há mais: Assange usa as informações, de que se tornou monopolista – é mentira que o WikiLeaks seja hoje só um site de vazamentos, sem filtros -, para fazer uma espécie de chantagem branca. Ora anuncia que tem informações sobre um grande banco, ora promete acelerar os vazamentos, depois recua um pouquinho… O megalômano se quer o adversário nº 1 da Casa Branca, o “outro” a quem o governo americano deveria, de algum modo, se reportar em suas decisões.
Não dá! Assange faça um site para divulgar os segredos das ditaduras, e renderei a ele a minha homenagem. Enquanto ele servir para fazer com que os EUA pareçam um lugar pior do que a China, eu continuarei a tratá-lo segundo aquilo que acho que ele é: um vigarista que estimula outros vigaristas a cometer crimes contra a ordem democrática.
Não por acaso, tornou-se o herói dos esquerdopatas que pretendem derrotar os “estado-unidenses”….