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Horda de bárbaros impede posse de nova reitora da PUC-SP, que é legal e legítima

Uma horda de bárbaros, composta de alguns alunos, professores e funcionários, impediu ontem a posse de Anna Maria Marques Cintra, 73, a reitora legítima e legal da PUC-SP, nomeada para o cargo por quem tem poder de fazê-lo: o cardeal dom Odilo Scherer. A universidade realiza uma consulta direta à chamada “comunidade acadêmica”, e uma […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h18 - Publicado em 1 dez 2012, 06h31
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  • Uma horda de bárbaros, composta de alguns alunos, professores e funcionários, impediu ontem a posse de Anna Maria Marques Cintra, 73, a reitora legítima e legal da PUC-SP, nomeada para o cargo por quem tem poder de fazê-lo: o cardeal dom Odilo Scherer. A universidade realiza uma consulta direta à chamada “comunidade acadêmica”, e uma lista tríplice é apresentada ao cardeal. Ele não tem obrigação de nomear o mais votado. Assim fosse, lista pra quê? O atual reitor, Dirceu de Mello — que tem um pé no populismo e o outro também — ficou em primeiro lugar, e os manifestantes exigem a sua nomeação.

    Santo Deus! A PUC nem mesmo é uma universidade pública — onde eleições diretas já são um despropósito. Não adianta! Não será o Brasil a inventar a pólvora nessa área. Não há uma única instituição dessa natureza, pública ou privada, em que o reitor seja indicado pela vontade de alunos, professores e funcionários. No Brasil, no entanto, sob a inspiração intelectualmente chulé do petismo, começou essa bobagem de “eleição direta”, como se, num ente voltado para o ensino e para a pesquisa, fosse possível substituir o mérito pelo “direito de voto” ou “pela igualdade”. A universidade não é não deve ser a sociedade. Esta tem de ser democrática; aquela, meritocrática.

    A PUC-SP vive há muitos anos uma lenta e contínua decadência. Perdeu relevância  acadêmica, e isso se deve, em boa parte, ao ambiente de vale-tudo que viceja por lá. A excelência cedeu espaço ao democratismo, e minorias barulhentas são confundidas com a maioria, e a falsa maioria é tomada como critério de verdade. É mais um das más heranças da chamada “igreja progressista”, agora no campo acadêmico. Já lhes contei do dia em que tive de ir ao campus da rua Monte Alegre, em Perdizes, isso já tem alguns anos. Cheguei à conclusão de que, por ali, só não se podia fumar tabaco… A PUC, mais do que qualquer outra universidade pública de São Paulo, vive a ilusão de um mundo paralelo, regido por leis próprias.

    É claro que se cria um ciclo vicioso. O ambiente de uma suposta “ordem alternativa”, que nada tem a ver, reitero, com excelência acadêmica, acaba atraindo uma clientela interessada naqueles procedimentos e naquelas práticas. Algo análogo acaba acontecendo, com o tempo, com o corpo docente: os professores que têm informação começam a desertar e a ser substituídos pelos que concentram altos teores de opinião engajada. No fim dessa trajetória, está o desastre.

    Dom Odilo pode ser a última chance que tem a PUC-SP de recuperar ao menos parte do prestígio que já teve um dia. Espero que não recue da sua decisão e da determinação de fazer a universidade produzir mais ensino, mais pesquisa e menos proselitismo oco.

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    Leio na Folha que os críticos da nova reitora afirmam que “ela foi nomeada para que a Igreja e os valores católicos tenham mais presença na PUC”. Provavelmente, é só uma das mentiras em que são viciados os militantes de esquerda. Mas digamos que fosse verdade… Por extenso, o nome da PUC é “Pontifícia Universidade… Católica”!!!

    Ninguém é obrigado a dar aula lá.
    Ninguém é obrigado a estudar lá.
    Ninguém é obrigado a trabalhar lá.

    Torço para que a PUC-SP seja, sim, uma fonte de difusão dos “valores católicos”. Até porque eles são bons. Ruins são os valores dos que se impõem pelo grito e pela truculência.

    Eis um caso em que os estudantes que querem estudar têm de sair da toca. Ou defendem seus direitos, ou as esquerdas lhes roubam conhecimento, tempo e dinheiro.

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