Gerald Thomas (foto) está, por enquanto, sem o seu blog. Mas o Vampiro de Curitiba, que trabalhava com ele no blog que foi fechado, leitor desta página, criou o Blog do Vamp, que traz uma entrevista com Gerald, de que reproduzo um trecho.
Neste primeiríssimo post do “Blog do Vamp” entrevisto o autor e diretor de teatro Gerald Thomas (https://www.geraldthomas.com/). De Londres, onde se encontra a trabalho, Gerald comenta sobre vários assuntos nesta nossa primeira conversa. Outras virão. A entrevista, realizada por e-mail, foi concedida neste final de semana (7 e 8 de Novembro). Vamos a Gerald Thomas:
O Vampiro de Curitiba (Vamp): Bom dia, meu querido! Até pouquíssimo tempo você tinha um blog hospedado no portal IG. Apesar da enorme participação de leitores, o que fez do seu blog um sucesso absoluto naquele portal, o blog foi “fechado”. Em que circunstâncias se deu sua saída do IG?
Gerald Thomas (GT): Bom, Vamp, o Blog era teu também. Sobre as questões do IG, prefiro não falar ainda. Ou melhor, acho que não posso, não devo, já que estou contratado ainda por 90 dias. Mas sim, o blog era e ainda é um sucesso, já que (nostalgicamente) eu entro lá no sitemeter e percebo que tem sempre gente online (mínimo 20, máximo 30, sem anúncio, sem chamada, sem nada) e aos poucos chegaremos a um milhão… Número esse que teríamos alcançado se o artigo/carta pro Woody Allen (pedindo que ele não filmasse no Rio, a capital dos traficantes e da violência urbana), não fosse completamente “escondida” dentro do portal. Mas entendo que os interesses do portal mudaram e seus novos donos estão interessados num novo conteúdo. Isso é normal.
Vamp: Eu entendo. Realmente foi desanimador a forma patética como as coisas aconteceram, mas isso é passado. Falando em passado, nesta segunda-feira próxima os amantes da liberdade em todo mundo festejarão os vinte anos da queda do Muro de Berlim. Foi um acontecimento que marcou a vida de milhões de pessoas, inclusive a sua, muito especificamente, né?
GT: Vai ser um dia triste e muito alegre. Um gosto agridoce, já que eu “surfava” aquela bosta de muro (PIOR símbolo que o ser humano é capaz de construir). Eu tinha família dos dois lados: na DDR, ou seja, na Alemanha Oriental, onde as filas pra uma fatia de pão eram gigantescas, e ainda tenho família em Berlim Ocidental (com seus luminosos capitalistas virados pra Alexander Platz). Eu estava em plena residência do Bayerisches Staatschsauspiel (Teatro Municipal de Munique) quando um movimento começou em Leipzig. Começamos a sentir que 150 mil pessoas marchavam em direção ao muro. Nas visitas freqüentes, Daniela Thomas e eu fazíamos amizades com atores do Berliner Ensemble, cujo sonho era tentar escapar no nosso carro (que tinha que estar de volta ao Checkpoint Charlie ás 23h59min em PONTO e atravessar a barreira). Lembro-me, com uma tristeza enorme, de, em 1982 (sete anos da queda), meu pai em pé numa daquelas plataformas de madeira que montaram do lado ocidental pra olhar o lado de lá…