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Ex-presidente da Andrade Gutierrez muda versão em segundo depoimento, e governo Temer fica aliviado

Segundo Marques de Azevedo, dinheiro repassado ao PMDB era doação mesmo, não propina

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h19 - Publicado em 18 nov 2016, 07h33

Um evento ocorrido nesta quinta certamente tranquilizou o governo Michel Temer, tirou um peso adicional das costas da ex-presidente Dilma Rousseff, entrou para o rol das estranhezas e deve ser pensado num contexto mais amplo. Já chego lá.

Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, havia dito em setembro, em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que a empreiteira havia doado R$ 1 milhão para a campanha de Dilma em 2014 e que tal dinheiro era oriundo de propina. Na verdade, a transferência da grana teria sido feita ao PT, que teria repassado para a campanha.

Ocorre que a defesa de Dilma conseguiu demonstrar que o tal milhão chegou, sim, à campanha, mas oriundo do… PMDB!

Vamos ver. Ainda que a suposta doação irregular tivesse mesmo sido feita ao PT, o governo Temer tinha motivos para se preocupar. Afinal, não se sabe se o TSE, num eventual julgamento, faria a distinção entre as contas da agora ex-presidente e as do atual mandatário. A coisa pesou mais para Temer quando ficou provado que o dinheiro havia sido repassado ao PMDB.

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Mas agora tudo mudou. Marques de Azevedo contou outra versão no segundo depoimento ao TSE. Afirmou ter-se equivocado da primeira vez. Segundo diz:
– o dinheiro foi mesmo doado ao núcleo de campanha do vice;
– segundo seu advogado, ele se confundiu e disse ter feito a doação ao PT porque só o tesoureiro da campanha pode emitir recibo;
– MAIS IMPORTANTE: de acordo com o executivo, não era dinheiro de propina, não. Era mesmo só uma doação.

Gustavo Gurdes, advogado de campanha de Temer, comemorou: “Ele apresentou a nova versão, dizendo que se equivocou e que, ao contrário do que disse, não houve da Andrade Gutierrez nenhum valor de propina para a campanha presidencial de 2014. Nem para a Dilma, nem para o PMDB, nem para a chapa”.

O advogado de campanha de Dilma, Flávio Caetano, também gostou: “Dos 25 testemunhos de acusação, [o de Azevedo] era o único que dizia que tinha alguma irregularidade na campanha. Hoje caem por terra toda e qualquer acusação de irregularidade na arrecadação de campanha de Dilma e Michel Temer”. E Caetano foi adiante: “Olhando os documentos, ele [Azevedo] percebeu que errou, trouxe uma informação equivocada, que aquele R$ 1 milhão não tinha origem em nenhum pagamento irregular ao PT e, sim, em uma doação voluntária que fez ao PMDB”.

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A retificação do depoimento, eu sei, se deu no âmbito do TSE, não da Lava Jato, mas serve à reflexão. Vejam como a memória pode trair as pessoas, não é mesmo?

Sabemos que, por ora ao menos, boa parte das acusações oriundas da operação está ancorada em testemunhos, ainda sem as provas. Marques de Azevedo nos alerta, com esse novo depoimento, que o resultado dos julgamentos ainda pode ser uma caixinha de surpresa. As acusações terão de se ancorar em coisas bem mais sólidas do que a memória.

De todo modo, reitere-se, os ombros de Dilma estão mais leves. E Michel Temer certamente está bem mais tranquilo.

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