“Ele me chamou como testemunha porque sabe que sou uma pessoa honrada”
O deputado Jutahy Jr. me ligou nesta tarde para comentar o fato de ter sido arrolado como testemunha de Ricardo Pessoa, da UTC. Afirmou o seguinte: “Soube que eu estava arrolado como testemunha pela imprensa. Não houve nenhum contato com advogado. Acredito que tenha sido indicado como testemunha em função das doações legais que a […]
O deputado Jutahy Jr. me ligou nesta tarde para comentar o fato de ter sido arrolado como testemunha de Ricardo Pessoa, da UTC. Afirmou o seguinte: “Soube que eu estava arrolado como testemunha pela imprensa. Não houve nenhum contato com advogado. Acredito que tenha sido indicado como testemunha em função das doações legais que a UTC fez a campanhas minhas em 2010 e 2014. Na primeira, foram R$ 200 mil; na segunda, R$ 300 mil”. O deputado continua: “Não foi só a UTC, não. Também recebi doações da Odebrecht, da OAS e de outras empresas. Está tudo registrado. Foi tudo legal. Minhas contas foram aprovadas, e os dados são públicos”.
Jutahy Jr. diz ainda: “Olhe, sem querer que pareça prepotência, acho que ele me chamou como testemunha porque sabe que sou uma pessoa honrada. Não fiz acerto de nenhuma natureza. E, de fato, o empresário Ricardo Pessoa nunca me pediu nada, nenhum favor. Até porque ninguém faria doação esperando que eu facilitasse isso ou aquilo. Em primeiro lugar, porque eu não faria; em segundo, porque acho que todos os doadores sabiam que eu era oposição ao governo do Estado e ao governo federal”.
É claro que arrolar alguém como testemunha não implica imputação de culpa. Pode até ser que Pessoa esteja chamando algumas testemunhas para que digam que ele agia dentro das regras. No caso dos pesos-pesados do petismo, a coisa parece um pouco diferente. Em um manuscrito, o empresário afirma que o esquema envolvendo as empreiteiras é político e liderado pelo PT. Lembra ainda que todas as empreiteiras investigadas fizeram doações para a campanha de Dilma.