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Reinaldo Azevedo

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De 6 denunciados da OAS, só 2 tiveram condenação confirmada em 2ª instância

Dois foram absolvidos; um teve a pena substancialmente reduzida e foi solto, e outro também seria absolvido, mas morreu antes mesmo de ser condenado. O chato é inocente ficar mofando em prisão preventiva...

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h13 - Publicado em 29 nov 2016, 02h22

Bem, para que vocês fiquem aí com o registro de FATOS.

Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato, comentou nesta segunda o FATO de Mateus Coutinho Sá, ex-diretor da OAS, ter sido absolvido por unanimidade pela 8ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, embora tivesse sido condenado por Sérgio Moro, em primeira instância, a 11 anos de prisão.

Afirmou Dallagnol, depois de um debate na faculdade de direito da FGV-Rio: “A absolvição de tribunais superiores revisando decisões do juiz Sergio Moro mostra que o sistema está funcionando. Os tribunais não estão sob aquela pressão que se alegava. Estão efetivamente analisando caso a caso, vendo, no entendimento deles, quem deve ser condenado e absolvido. A revisão de decisões é algo natural ao sistema”.

Sim, ele tem razão. A revisão é parte do sistema. Mas algumas considerações precisam ser feitas.

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Foram seis os denunciados da OAS. Não custa lembrar que o agora considerado inocente Coutinho Sá ficou nove meses em prisão preventiva. Outro diretor, José Ricardo, que ficou igual tempo na cadeia, foi condenado por Moro a 11 anos por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Foi absolvido da primeira imputação, e a pena caiu para três anos e meio, convertida em prestação de serviços. Também foi absolvido Fernando Stremel, que tinha recebido pena de quatro anos. Em igual situação estava João Lazzari: não teve tempo de ser nem condenado nem absolvido porque morreu antes.

Vale dizer: dos seis da OAS que foram denunciados, só dois tiveram a sentença confirmada em segunda instância: Léo Pinheiro e Agenor Medeiros, cujas penas foram até agravadas pelos desembargadores em 10 anos; dois foram absolvidos, um teve a pena substancialmente reduzida e foi solto, e o outro morreu, mas tudo indica que teria também a absolvição.

É bom que o sistema funcione, mas também é bom que prisão preventiva não seja usada como antecipação de pena. A razão é simples: se a pessoa é absolvida, como é que o Estado pode compensá-la pelo tempo que passou presa? Se um inocente foi preso, por que não poderia ser você? Não estou cobrando punição a juízes e procuradores. Estou apenas cobrando prudência.

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Infelizmente, Dallagnol voltou a falar da suposta anistia aos políticos como se isso fosse coisa viável. Depois da entrevista concedida pelos respectivos presidentes da República, da Câmara e do Senado, isso é um despropósito.

Ainda que aprovada fosse pelo Congresso, a anistia não seria sancionada por Temer. Se aprovada e sancionada, não passaria pelo crivo do Supremo. O que é tão difícil de entender nesse caso?

É bom ter cuidado para não tomar certos frutos podres do Congresso como um retrato do conjunto. As tarefas que estão postas para os próximos dois anos passam necessariamente pelo Legislativo.

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Não é uma questão de gosto. É uma questão de fato.

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