Boca do inferno
E brincar de Gregório de Matos? Ah, é bom demais! Este não tem Google, acho eu; é preciso ter obra completa. Não dá para dar truque. (…) Que haja turcos belicosos, filhos da perversidade, havendo na cristandade Monarcas tão poderosos: Que não se juntem zelosos para prostrar seus furores, mandando-se embaixadores de eloqüência persuasória! Boa […]
E brincar de Gregório de Matos? Ah, é bom demais! Este não tem Google, acho eu; é preciso ter obra completa. Não dá para dar truque.
(…)
Que haja turcos belicosos,
filhos da perversidade,
havendo na cristandade
Monarcas tão poderosos:
Que não se juntem zelosos
para prostrar seus furores,
mandando-se embaixadores
de eloqüência persuasória!
Boa história.
(…)
Mas que estes de tão má veia,
quando a ignorância lhes sobra,
saindo mal de sua obra,
se metam em obra alheia:
que quando essoutra rereia,
por inveja a satirizem,
e que todo o mundo avisem
da sátira frioleira!
Boa asneira!
(Do poema “Torna o poeta a dar outra volta ao mundo com esta segunda crisi” – In Gregório de Matos – Obra Poética – Volume 1 – Editora Record – pág. 371)