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Reinaldo Azevedo

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A véspera

O horário eleitoral gratuito começa amanhã. Se vocês entrarem no site do Datafolha, poderão verificar a evolução das pesquisas em 2006. Lula sempre “venceu” no primeiro turno. Um dia antes da eleição, o levantamento lhe conferia 50% das intenções de voto, contra 50% dos adversários, somados. Computadas as urnas, a diferença entre o petista e […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h31 - Publicado em 16 ago 2010, 19h17

O horário eleitoral gratuito começa amanhã. Se vocês entrarem no site do Datafolha, poderão verificar a evolução das pesquisas em 2006. Lula sempre “venceu” no primeiro turno. Um dia antes da eleição, o levantamento lhe conferia 50% das intenções de voto, contra 50% dos adversários, somados. Computadas as urnas, a diferença entre o petista e o então candidato tucano, Geraldo Alckmin, foi de menos de sete pontos. Entre a pesquisa feita imediatamente antes do início do horário eleitoral e as urnas, Alckmin ganhou quase 19 pontos. Houve, no meio do caminho, o caso dos aloprados petistas. Interferiu pouco. A campanha na TV é que acabou mexendo nos números.

O mesmo acontecerá agora? Não sei. As cheerleaders têm certeza de que não. Vamos ver.

Hipótese um
A despeito da diferença de tempo — Dilma tem, arredondando, três minutos a mais do que Serra —, o início do horário eleitoral compensa (um pouco ao menos) a diferença brutal entre as duas máquinas. O candidato tucano conseguirá chegar a recantos e pessoas até agora inacessíveis e pode diminuir a diferença apontada nas pesquisas.

Hipótese dois
Lula entra para valer no horário eleitoral e, na suposição de que ainda exista quem ignore que Dilma é sua candidata, a diferença se amplia bastante, e o jogo se decide no primeiro turno. Sempre pareceu ser essa a tendência em 2006. E não se realizou.

Convém esperar. Disputas anteriores não autorizam esse frenesi de antevéspera. Se a campanha na TV fosse irrelevante, os partidos não a considerariam o ponto alto da campanha. Tudo é organizado com vistas a esse grande momento. É por isso que os chamados “marqueteiros” se transformam em peças centrais do jogo político — a meu ver, isso é mais problema do que solução no que concerne à política, mas é assim que as coisas são hoje.

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