As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão presentes no Foro de São Paulo. Não, não há nenhum terrorista com uma credencial onde se lê “Farc-EP” andando pelos corredores do Edifício do Mercosul, em Montevidéu, onde ocorre o encontro. Mas a cada vez que algum dos participantes toma a palavra nos debates e toca no assunto Colômbia, percebe-se a presença das Farc – na forma de argumentos que tentam justificar sua existência e na incapacidade de condenar com firmeza os crimes cometidos pelo grupo.
Representantes das Farc já participaram em várias edições do Foro de São Paulo. Há muitos anos se sabe que o grupo tem ligações com o narcotráfico, vale-se de métodos desumanos de recrutamento e mantém centenas de pessoas seqüestradas. Há poucos meses, no entanto, os detalhes desses crimes e a maneira atroz como os seqüestrados são tratados vieram à tona e ficou impossível para quem apoiava as Farc negar os seus crimes. Nesse contexto, seria de esperar que o Foro de São Paulo se manifestasse de maneira contundente e inequívoca contra o grupo que já fez parte de suas fileiras. Não é o que está acontecendo. No plenário que ocorreu no sábado, dia 24, à tarde, por exemplo, um representante do PRD (o partido de Lopez Obrador, ex-candidato presidencial no México) fez um discurso em que disse: “Queremos que as Farc sejam reconhecidas como força beligerante, para que possam ter participação política no processo colombiano.” É exatamente o que as Farc querem e é exatamente o que o presidente venezuelano Hugo Chávez tem defendido desde que ficou evidente seu vínculo com o grupo.
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