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A Petrobras em ritmo de país dos petralhas

A Petrobras anunciou anteontem um lucro fabuloso, vocês sabem: nada menos de R$ 10,852 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 96%. As ações da empresa deveriam ter disparado ontem, mesmo, vá lá, com o preço do petróleo em queda? Tá bom: uma coisa compensaria a outra, e as ações poderiam ter andado de lado. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h36 - Publicado em 13 nov 2008, 05h25
A Petrobras anunciou anteontem um lucro fabuloso, vocês sabem: nada menos de R$ 10,852 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 96%. As ações da empresa deveriam ter disparado ontem, mesmo, vá lá, com o preço do petróleo em queda? Tá bom: uma coisa compensaria a outra, e as ações poderiam ter andado de lado. Mas o que se viu? Elas despencaram. A ação preferencial da Petrobras encerrou com queda de 13,75%, a R$ 20,62. Segundo levantamento da Economática, foi a maior queda da ação em um pregão desde janeiro de 99. O papel ON da estatal caiu 13,25%. Foi só o mau humor da economia mundial? Infelizmente, não foi, não.

É que os números fabulosos da Petrobras escondiam, vamos dizer, um jeito um tanto heterodoxo de tentar se relacionar com o mercado. A empresa viveu seu dia de “Petrobras no país dos petralhas”. Petralhas acham que podem dar truque em qualquer um — inclusive naqueles bem mais espertos do que eles. É o caso do chamado “pessoal do mercado”. Pra começo de conversa, essa gente costuma é pôr preço no futuro, não no passado. Ganha mais quem acerta na antecipação. Adiante.

A empresa acenou para o mercado com o lucro fabuloso e, suponho, apostou que ele não se interessaria por alguns detalhes. E aí o bicho pegou. Sim, o lucro líquido estava 5% acima do que era esperado. Até aí, muito bem. Mas depois os especialistas em ganhar dinheiro se lembraram de que pelo menos R$ 3,5 bilhões desse resultado se deveram a ganhos cambiais. É conjuntura, não estrutura. Muito impertinente, essa rapaziada que é paga para desconfiar resolveu ver de perto os números. E descobriu que o resultado operacional da empresa foi… fraco!

Isso mesmo. O tal EBITDA (Earnings Before Interest, Tax, Depreciation and Amortization) — “lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) — foi de R$ 15,7 bilhões, e isso estava entre 15% e 20% abaixo da aposta do mercado, com evidência de elevação de custos e de despesas. Também houve aumento do endividamento líquido — R$ 7 bilhões. Aumento de despesas e custos e resultado decepcionante num trimestre em que o preço médio do barril ficou em US$ 100? E como será, então, o quarto, quando a tendência é ficar abaixo de US$ 60 — fechou ontem pouco acima de US$ 56?

Pois bem: aí os homens da Petrobras resolveram fazer um conference call com os patriotas do mercado. Falei com um dos participantes, que definiu o resultado como uma “tragédia”. Segundo ele, “parecia a Zélia Cardoso de Mello tentando explicar o Plano Collor, com tradução simultânea para o turco, feita por Ibrahim Eris”.

Ah, sem dúvida, os mercados ontem estavam bastante hostis. Mas os resultados da Petrobras e a forma como a empresa tentou se explicar para o mercado, definitivamente, não ajudaram.

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