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A morte do soldado Hélio e nossas mazelas e virtudes. Ou: Beltrame tem de sair

Hélio Andrade, da Polícia Militar de Roraima, levou um tiro na cabeça ao entrar por engano no Complexo da Maré

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h07 - Publicado em 12 ago 2016, 06h22
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  • Hélio Andrade, da Polícia Militar de Roraima, está morto. Ele era membro da Força Nacional. Nesta quarta-feira, por engano, entrou no Complexo da Maré, no Rio, numa viatura da corporação. Os traficantes lhe acertaram um tiro na cabeça. Internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, para uma cirurgia de urgência, que durou quatro horas e meia, não resistiu e morreu nesta quinta.

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    Pois é…

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    Qual é o Brasil real? Este que mata um inocente com um tiro na cabeça ou aquele que faz uma abertura grandiosa do evento e que abriga os Jogos, apesar de alguns sobressaltos, de forma bastante satisfatória?

    Os retóricos condoreiros tenderiam a dizer que real mesmo é o país que mata Hélio. Aquele da solenidade de abertura seria só uma fantasia.

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    Discordo, é claro! Os dois países são reais: tanto aquele em que um bandido acerta um tiro na cabeça de um policial como o outro, capaz de lidar com o sublime. O Brasil que dá certo nos lembra de que podemos, sim, ser melhores. Não somos natural e congenitamente avessos à qualidade, ao saber técnico, à competência.

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    Em larga medida, o que infelicita o país é a ligeireza com que determinadas correntes de pensamento afrontam o óbvio, o elementar.

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    A forma como o Estado do Rio vem cuidando da segurança pública nos últimos 10 anos não passa de um delírio coletivo de supostos bem-pensantes.

    É claro que, cotidianamente, muitos outros atos violentos são praticados sem que ninguém saiba. A morte de um homem da Força Nacional vira um símbolo porque ele foi convocado justamente para aumentar a segurança, garantindo que os Jogos Olímpicos ocorram em paz.

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    A política de ocupação pacífica das favelas não passa de uma narrativa de ficção tendente a alimentar consciências eventualmente culpadas. Ainda não se inventou uma alternativa eficaz à prisão de bandidos. Espantá-los ou redistribuí-los entre “comunidades” ainda não pacificadas é uma escolha errada na origem.

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    Parece claro que o ciclo José Mariano Beltrame, no Rio, chegou ao fim. Não duvido da sua honestidade pessoal e de sua honestidade de propósito, mas cobro que ele tenha a humildade de confessar o insucesso de suas escolhas.

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    Uma verdade se mostra insofismável: mesmo nos locais em que se instala a tal Unidade de Polícia Pacificadora, o controle do território ainda está com o narcotráfico. E, meus caros, sem a conquista territorial, não se faz nem a guerra nem a paz.

    E, ora vejam, o Rio nem chega a estar entre os cinco Estados mais violentos do país. Mas é o único, sim, em que uma política de segurança pública notavelmente inepta é vendida ao distinto público como uma fantasia integracionista.

    É lamentável.

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