Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

A equipe de Meirelles é excelente; graças a Deus, não há milagreiros ali. E milagres também não existem

O governo Temer precisa urgentemente criar canais de comunicação com a população para expor a herança maldita deixada pelo PT

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h42 - Publicado em 17 Maio 2016, 17h37
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O casamento da crise econômica com a crise política gerou a crise de confiança. Ninguém mais apostava uma vírgula no governo Dilma. E por bons motivos. Dado o fato jurídico, o que derrubou a “afastada” foi esse ambiente. Com ela, não se conseguia ter uma visão mínima do futuro. Nesse sentido, a equipe anunciada por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, cumpre, de saída, uma primeira tarefa: tranquilizar os agentes econômicos. Com esse grupo, pode haver estresse, mas não feitiçaria.

    Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central, tem uma sólida formação intelectual e já foi diretor de Política Econômica do próprio BC entre 2000 e 2003. Já serviu, portanto, aos governos FHC e Lula — ainda que por breve período. É especialista em política monetária e era economista-chefe do Itaú-Unibanco.

    Os que acompanham de perto seu pensamento dizem que, a despeito das dificuldades, esse é bom momento para assumir tal tarefa. Tido, no passado, como um monetarista fanático, os anos na chefia de um banco o teriam aproximado mais da chamada economia real. Ou por outra: Ilan já sabe que, sem pão, não há circo. Sem produção, não há diversão. Estima-se que a inflação entrará numa trajetória de queda e que isso permitirá, em breve, o início de um ciclo de queda de juros.

    Outro grande nome da equipe é Mansueto Facundo de Almeida Jr., talvez hoje um dos maiores especialistas do país em contas públicas. É técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea. Tem um blog em que há muito vinha alertando para o desastre fiscal para o qual caminhava o governo Dilma. A exemplo de Ilan, também cursou doutorado no MIT, mas não chegou a defender a tese. Será o Secretário de Acompanhamento Econômico.

    Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, secretário de Política Econômica, já foi diretor do Banco Central. Integrou a diretoria do BC no governo Dilma e combateu a política de queda artificial de juros. Mais de uma vez, ficou como voz isolada no Copom. O economista Marcelo Abi-Ramia Caetano assume a Secretaria da Previdência e é um notório defensor da reforma na área.

    Continua após a publicidade

    A equipe é boa. A realidade é que é escandalosamente ruim. Sem um corte radical de gastos, que não terá como poupar área nenhuma, ou um aumento de impostos — eventualmente as duas coisas —, como é que se sai do atoleiro? Se a crise de confiança é sempre a carpideira dos governos, aquela que acompanha o seu fim, o fato é que ela não surge do nada.

    O ambiente político melhorou um pouco. Mas é fato que não há caminhos mágicos na economia. O déficit de ao menos R$ 120 bilhões neste ano já está contratado, e há quem considere esse número otimista. Passada a primeira fase do entusiasmo, vem a realidade. E aí? Bem, aí será preciso negociar com o Congresso. E num ano, convenham, ruim porque eleitoral. Os políticos ficam com o coração especialmente mole nesse período.

    Pode até haver alguma fórmula que impeça um corte radical de gastos, que atingirá todas as áreas, inclusive as sociais, e um aumento da carga tributária. Sinceramente, não enxergo e não conheço ninguém com o realismo necessário que o enxergue. É claro que isso assanhará o discurso da canalha golpista de esquerda, que irá para as ruas denunciar o “complô neoliberal”.

    Continua após a publicidade

    Então cabe a pergunta: “Mas, se Dilma ficasse, teríamos cortes, aumento da carga ou os dois?”. Muito provavelmente, nada nisso. Teríamos apenas o caos. Eis a tarefa espinhosa de Michel Temer: arrumar a economia sabendo que as medidas saneadoras não são exatamente populares no curto prazo.

    O que fazer?
    O governo Temer precisa, e com urgência, fazer o inventário da herança maldita deixada por Dilma Rousseff. É necessário que, de modo claro, didático, técnico, se exponham os números da economia.

    Urge criar um site com a exposição desses dados, a ser permanentemente atualizado. Mais: o presidente deveria convocar a Rede Nacional de Rádio e Televisão para dizer ao país, olhos nos olhos, qual é o quadro. As mistificações petistas só prosperaram porque não combatidas a tempo, com a devida prontidão.

    A equipe de Meirelles é de primeira grandeza. Ninguém põe isso em dúvida. Mas não há milagreiros ali. Graças a Deus!

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.