Produzido no início dos anos 60, o desenho Os Jetsons materializava de forma divertida o dia a dia de uma família num mundo futurista, com carros voadores, cidades suspensas nos céus e uma série de máquinas inteligentes, a começar pela simpática robô-doméstica, a Rosie. Pelo critério “mãe-Dinah”, os roteiristas merecem um prêmio: quase toda a “adivinhação” se concretizou, passadas mais de seis décadas. Sim, os automóveis com asas ainda estão engatinhando e não há metrópoles entre as nuvens. Mas, para quem, com eu, acompanhava na televisão o desenho quando criança, é incrível perceber que uma casa automatizada, como a dos Jetsons, não virou apenas uma realidade, mas também deixou de estar ao alcance apenas dos proprietários mais endinheirados, capazes de gastar muito dinheiro com projetos específicos, fora toda a infraestrutura necessária de software e de hardware.
Até pouco tempo atrás, quem desejava conectar todos os seus aparelhos domésticos ao comando de um botão precisava de empresas especializadas em automação, algo que demandava uma série de serviços para execução e muita paciência. Assim, durante anos, uma casa high-tech era vista como um diferencial para poucos que estavam dispostos a desembolsar dinheiro e tempo da obra. Com essa visão antiga, aceitei um convite para conhecer um projeto do arquiteto Martin Corullom, da Metro Arquitetos, que desenvolveu uma residência 100 % tecnológica e inteligente, em parceria com a companhia telefônica Vivo em São Paulo.
Cheguei ao espaço imaginando certa que ficaria admirada com os avanços da tecnologia, como costumam ficar os que nasceram em mundo analógico, mas imaginava que toda essa realidade seria difícil de ser replicada para o grande público, principalmente por questões financeiras. Para minha grata surpresa, no entanto, me foi apresentado um outro cenário. A tecnologia ficou mais acessível e encurtou alguns caminhos quando se fala de automação em residências. Agora, ninguém precisa mais de um projetista altamente especializado: bastam dois ou três aparelhos, como o Google Assistent, a Alexa ou e um smartphone para que toda a sua casa esteja conectada em comandos de voz, pela digital ou mesmo por sensores de movimento.
O futuro, sem sombra de dúvida, está acessível a uma maior parcela das famílias que podem desfrutar de experiências e de facilidades no padrão Jetson. A escolha do canal da televisão, o acionamento do aspirador de pó, a calibragem da intensidade da luz, o start da máquina de lavar e até mesmo o início da cafeteira podem ser planejados para funcionarem de forma programada, juntos, ou individualmente, como bem entender o usuário. E caso algum dos eletrodomésticos não tenha a função smart, existe a possibilidade de comprar um smartplug ao custo de R$140. Ele serve como um adaptador, conectado na tomada comum da parede e ao cabo dos aparelhos eletrônicos, permitindo o acesso à rede Wi-Fi e aceitando todos os comandos.
Uma cena corriqueira com toda essa conexão: planejar o amanhecer, bastando um “bom dia” para Alexa ou definindo um horário. Em seguida, a cafeteira já estará preparando o café, enquanto as persianas se abrem para o sol entrar e a televisão desperta no canal de notícias. Uma modernidade que enche os olhos dos consumidores, sem dúvida, e que permite muitas possibilidades para as incorporadoras e investidores do mercado imobiliário, que podem entregar projetos ainda mais modernos para seus clientes, agregando mais valor aos imóveis e empreendimentos, além de proporcionar uma experiência diferenciada. Segundo me contou na visita, Gustavo Nóbrega, diretor de canais da Vivo, para os clientes que tiverem dificuldade em instalar os aparelhos e fazer toda a integração funcionar, a empresa oferece o serviço até mesmo em domicílio, de forma presencial, como costumava ser na época de nossos avós.
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