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Real Estate

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Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário
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As novidades de Miami para os brasileiros que sonham morar na Flórida

Mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar, compradores daqui continuam entre os maiores clientes do mercado de imóveis da cidade americana

Por Renata Firpo
Atualizado em 8 ago 2024, 21h44 - Publicado em 8 ago 2024, 10h20
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  • Alta de preços no mercado de imóveis de Miami e baixa valorização do real frente ao dólar. Esse panorama dos últimos tempos tinha tudo para acabar com o sonho americano de muita gente. Certo? Errado. Os brasileiros continuam se destacando como grandes clientes. Eles ficaram em segundo lugar em volume de compras de imóveis na Flórida em 2023, totalizando o impressionante montante de quase 1,5 bilhão de dólares ao longo no ano. Ou seja: apesar da conjunção entre altos valores de imóveis em Miami e a desvalorização do real, o volume de investimentos continua alto.

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    O dado é ainda mais significativo se considerando um contexto no qual as condições do mercado de lá andam afugentando muitos compradores estrangeiros. No período entre agosto de 2022 e julho de 2023, o mercado residencial da Flórida sentiu esse impacto. Comparado com o ano anterior, houve uma redução de 18% no número de transações realizadas por compradores de fora dos Estados Unidos, conforme indicam os dados da Faccin Investments.

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    Como os brasileiros seguem firme no topo da lista de clientes, multiplicam-se as ações para seduzir esses compradores. Alguns incorporadores vêm se adaptando e ajustando seus projetos para a turma. Uma das apostas é em um novo conceito chamado de “Entry Level Luxury”, algo como um “luxo possível”. No mercado imobiliário, ele se traduz no desenvolvimento de um empreendimento com todos os amenities de luxo, mas em uma metragem menor, de forma que o comprador não precise desembolsar uma fortuna para adquirir o produto e o negócio siga sendo um bom investimento.

    “PECHINCHA” NA FLÓRIDA

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    Um dos empreendimentos que está apostando nesse conceito é o JEM, da incorporadora nova-iorquina Naftali. Ainda em fase de pré-construção, o condomínio está localizado no que será o novo centro de Miami. Trata-se de uma região de dez quadras que está em desenvolvimento e será batizada de Miami World Center, com restaurantes, lojas e serviços, incluindo até mesmo uma nova unidade do icônico hotel Waldorf Astoria. Em fase de construção, ele terá mais de cem andares, prometendo ser o prédio mais alto da cidade, oferecendo uma vista para baía de água cristalina ou para o iluminado skyline da cidade.

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    As residências do endereço possuem diversos formatos e tamanhos, de 60 até 600 metros quadrados, sendo que as unidades menores custam a partir de 600 000 dólares. É quase uma pechincha em meio ao inflacionado mercado de Miami. Para se ter uma ideia, outros lançamentos de luxo, com unidades médias de 200 metros quadrados, são hoje oferecidos a preços que começam na casa dos 5 milhões de dólares, como é o caso do Saint Regis, na belíssima praia de Sunny Isles. Um apartamento de uma suíte sai por aproximadamente 5 milhões de dólares no Cipriani Residences, no centro da cidade.

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    A cidade adorada pelos latinos sofreu uma mudança significativa na pós-pandemia do Covid-19. Isso teve reflexos diretos em sua economia, especialmente no impacto dos preços dos imóveis e serviços locais. A Flórida foi um dos poucos estados americanos a não aderir a um lockdown restritivo e extenso, como aconteceu em outros lugares ao redor do mundo. Dentro da ideia de que o impacto no turismo seria fatal para a economia do estado, as autoridades de lá flexibilizam bastante as regras para o período. Por conta disso, muitos americanos, principalmente de Nova Iorque e Chicago, acabaram migrando para a Flórida, passando o período da pandemia em uma região com clima e preços muito mais convidativos do que em suas cidades natais.

    Além disso, em 2018, os Estados Unidos aprovaram uma lei que impôs um teto às deduções de impostos estaduais e municipais, afetando mais duramente os proprietários de imóveis em lugares como Nova York, New Jersey e Connecticut, onde os impostos estaduais sobre renda e imóveis estão entre os mais altos. Estados como a Flórida, onde o imposto de renda é baixo ou inexistente, oferecem enorme vantagem econômica. A experiência de moradia acabou dando certo e o que seria apenas uma temporada virou o endereço oficial de vários compatriotas. Desde então, esses novos moradores mudaram bastante a atmosfera de Miami.

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    HABLAS ESPAÑOL?

    Na década de 1920, ela recebeu o apelido de “Cidade Mágica” por se tornar um importante destino turístico. O apelido também nasceu em referência à rapidez com que Miami crescia ano após ano, como se fosse “mágica”. Esse movimento de turistas fez com que a cidade de se tornasse destino residencial de latinos, cubanos e mexicanos. Muitos nem precisavam falar inglês para viver por lá e o espanhol virou uma espécie de segunda língua oficial. Até pouco tempo atrás, dizia-se brincando que “a localização de Miami é ótima, bem próxima dos Estados Unidos”, de tanto que a cidade era recheada de estrangeiros.

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    Com a chegada dos americanos vindos de outras cidades a partir de 2020, a história mudou.  Miami ainda segue dominada pelos latinos, porém está cada vez mais comum reconhecer os nova-iorquinos e californianos pelas ruas, restaurantes e empresas. Mais do que a presença da língua inglesa, a maior mudança foi o impacto nos preços, em especial no mercado imobiliário. Miami tinha valores de metro quadrado abaixo de Nova York, Chicago e Los Angeles. Com a demanda por imóveis na temporada da pandemia do Covid-19, os valores acabaram subindo, tanto o de venda quanto o de locação.

    Miami se tornou uma cidade ainda mais cosmopolita do que era e conseguiu se adaptar para não perder negócio. Com isso, conseguiu abraçar todos os potenciais clientes, desde os bilionários de tecnologia da Califórnia até os gênios de finanças de Nova York. Mas os brasileiros com boas reservas financeiras seguem firme na disputa pelos melhores imóveis da “Cidade Mágica”.

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