A maior angústia de quem está comercializando uma casa ou apartamento é lidar com a velocidade de venda. Trata-se mesmo de uma prova de nervos. Muitas vezes, a jornada do cliente desde a primeira visita até a decisão de compra é longa e exaustiva. Pensando em uma maneira de acelerar o processo e diminuir essa novela imobiliária, o proprietário ou o corretor de imóveis podem se valer de algumas ferramentas, entre elas a do home staging.
Esse nome bonito em inglês, que em sua tradução literal para o português significa “encenação de casa”, é exatamente o que o nome sugere: uma espécie de maquiagem no ambiente para torná-lo mais atrativo e possibilitar a mágica de concluir a venda em um menor tempo. Mas não se trata de uma maquiagem no sentido de enganar o comprador, escondendo defeitos graves com pintura fresca ou outros recursos. O home staging é um artificio que arquitetos e decoradores utilizam para melhoras os ambientes do imóvel, sem intervenções grandes de obra. Nesse tipo de trabalho, os especialistas normalmente se valem da utilização de objetos do dono da casa, rearranjando as combinações entre eles.
Para o mercado imobiliário, essa técnica é muito utilizada para ajudar no encantamento dos clientes durante as visitas ao imóvel. Assim, ela se torna mais um facilitador na hora da tomada de decisão. Nem todo mundo tem aquele olho clínico e matador para um imóvel que não está em perfeitas condições, sendo capaz de projetar rapidamente na cabeça uma ideia de como ele tem potencial de melhoria com algumas intervenções.
Por ser um assunto ainda novo no mercado, não há pesquisas sobre o quanto o home staging pode acelerar uma venda. Mas os corretores são unânimes em garantir que o processo ajuda — e muito. Eles não têm dúvida que a “encenação da casa” é um recurso bastante eficiente para essa finalidade. Por meio dessa mistura de estratégia de marketing com técnicas de design de interior, o corretor consegue causar aquele necessário impacto positivo na hora da visita.
A decoradora paulistana Vera Carvalho, que atua também com técnicas de home staging, defende que o uso da ferramenta vai além da ajuda na venda do imóvel. Ela credita também que renovar o ambiente com novas produções é um presente para quem está morando naquele espaço. “O home staging utiliza objetos do acervo pessoal do proprietário, criando uma relação acolhedora para aquele ambiente. Quando um cliente visita um ambiente organizado pelo olhar do design de interior, mas também com ferramentas do home staging, ele é impactado com esses significados de uma moradia encantadora que esses objetos e essa produção transmitem. É um trabalho que vai além do conhecimento técnico, é uma contribuição afetiva.”, completa Vera.
É claro que, se o imóvel estiver vazio, não há muito a se fazer, além de deixá-lo limpo e pintado. Mas em um endereço que está mobiliado, o profissional precisa se atentar aos detalhes para fazer uma transformação e deixá-lo de cara nova, como uma espécie de harmonização facial no imóvel. Às vezes, tudo muda apenas com mudanças simples, como colocar o sofá em outra posição, realinhar os quadros na parede ou investir em plantas. Pequenos ajustes que deixam o ambiente muito mais convidativo para quem estiver visitando e pode se imaginar morando ali. Até mesmo utilizar aromas pode ser uma das técnicas para ajudar na decisão de compra. “Já organizei um apartamento que, antes da visita do cliente, deixei o aroma do café recém-coado. Isso criou uma ligação com as pessoas muito positiva, pois remeteu a um ambiente familiar. São detalhes que fazem a diferença e vão além de um projeto de decoração”, conta Vera Carvalho.
Ressignificar o espaço também ajuda as pessoas a entenderem as possibilidades daquele imóvel. Muitas vezes o excesso de objetos dá a sensação de um lugar menor. Pode ocorrer também o contrário: um espaço vazio pode dar a impressão de não caber muita coisa ali.
Por isso, vale a pena anotar o termo: home staging. Um olhar profissional de organização e adequação do mobiliário faz toda a diferença. A maquiagem realmente funciona.