A Justiça Eleitoral disparou para veículos de comunicação um relatório em que rebate 20 acusações feitas por Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, durante um encontro do presidente com embaixadores de diversos países em Brasília. Na reunião, ele manteve o tom de desconfiança sobre a segurança das urnas eletrônicas e voltou a atacar ministros do STF e do TSE.
Em um dos pontos, o TSE diz que o ataque hacker sofrido pelo tribunal em 2018 não violou a segurança das urnas e que é falso que o invasor teve acesso a dados de votação. Sobre a possibilidade de o hacker ter deletado votos nas eleições de 2020, o tribunal afirmou que a urna não é conectada à internet e seus resultados não podem ser manipulados.
Sobre a suposta impossibilidade de o sistema ser auditado, falácia repetida à exaustão pelo presidente, o TSE também disse ser mentira e lembrou que a auditoria pedida pelo PSDB sobre os resultados das urnas nas eleições de 2014, mencionada por Bolsonaro em seu discurso desta segunda, não encontrou falhas no pleito.
Para a acusação de que o TSE não cumpre um pedido da PF para imprimir o voto ao lado da urna eletrônica, o tribunal lembrou que a lei que abriria essa possibilidade, apesar de sancionada pelo presidente, foi julgada inconstitucional pelo STF.
Bolsonaro disse que os observadores internacionais convidados à acompanhar as eleições não teriam trabalho porque o voto é informatizado no Brasil. “Organismos internacionais especializados em observação, como OEA e IFES, já iniciaram análise técnica sobre a urna eletrônica. Contarão com peritos em informática, com acesso ao código-fonte e todos os elementos necessários para avaliarem a transparência e integridade do sistema eletrônico de votação”, diz a Justiça Eleitoral.
Outra alegação de Bolsonaro foi que uma empresa privada que é quem conta os votos no Brasil, o que o TSE rebateu. Segundo o tribunal, “o sistema de totalização é feito no TSE e é apresentado as entidades fiscalizadoras com um ano de antecedência e é lacrado em cerimônia pública”.