Em decisão que confirma que investigadores instalaram grampo ilegal na cela de Alberto Youssef quando ele estava preso no Paraná, durante a primeira fase da Lava Jato, o ministro Dias Toffoli, do STF, determinou que a Justiça de Curitiba encaminhe os documentos relacionados ao caso à PGR, à AGU, ao CGU, ao TCU, ao Ministério da Justiça, à Diretoria da Polícia Federal e à Presidência do Congresso Nacional para que procedam com as providências que entenderem cabíveis.
A decisão decorre de um pedido feito pela defesa de Youssef em setembro de 2023, no qual os advogados pedem que o hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), à época juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, seja investigado pela instalação do grampo. O sigilo desse pedido, no entanto, foi levantado pelo ministro nesta manhã no âmbito de sua decisão.
No documento, Toffoli também ressaltou que o MPF investigou cinco delegados e um agente da PF por terem supostamente feito parte da “operação” que instalou os equipamentos na cela do doleiro. O órgão, contudo, não teria encontrado indícios de crime por parte desses investigados e pediu o arquivamento do caso, que foi deferido pela Justiça. Não houve pedido de recurso dessa decisão.
Como mostrou o Radar, a autorização para acessar os dados do processo que investiga a escuta clandestina foi concedida à defesa de Youssef em julho deste ano pelo juiz substituto da Justiça de Curitiba, Guilherme Roman Borges. Segundo a defesa do doleiro, a mídia com as gravações clandestinas sempre esteve guardada na secretaria da Vara e que isso “estranhamente” foi omitido dos juízes que substituíram Moro.