O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) reagiu com críticas à iniciativa do governo em liberar a contratação de não diplomatas como assessores especiais do ministro Ernesto Araújo.
Na edição de VEJA que está nas bancas, o Radar revela as articulações de Araújo com a pasta de Paulo Guedes para derrubar as regras que proíbem a contratação de assessores fora da carreira diplomática.
“A admissão no Ministério das Relações Exteriores (MRE) de pessoas alheias às carreiras do Serviço Exterior Brasileiro (SEB) representaria atentado à própria política externa nacional, tradicionalmente formulada por quadros formados, treinados e qualificados nas melhores práticas de defesa dos interesses nacionais, em consonância com o papel do Brasil na comunidade internacional”, diz a nota do Sinditamaraty.
O sindicato criticou até mesmo a possibilidade de que o primeiro contratado seja o executivo americano Gerald Brant, diretor de empresa nos EUA e muito próximo de Steve Bannon. Para os servidores, essa nomeação, caso se concretize, torna vulnerável a política exterior do Brasil.
“É falaciosa a alegação de que tal nomeação poderia ser útil ao ministério ao trazer pessoas de perfil técnico: nossos quadros têm amplo conhecimento técnico nas mais diversas áreas e, além disso, contam sempre, nas negociações de escopo internacional, com profissionais igualmente experientes de outras instâncias do serviço público”.
O sindicato foi criado 2009 e representa todos os servidores do quadro permanente do Itamaraty, integrado pelas carreiras de assistente de chancelaria, diplomata, oficial de chancelaria.