Punição a usuários do Bolsa Família que gastam nas bets divide o governo
Ao Radar, o vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu, na semana passada, que as famílias tenham liberdade para usar os recursos como decidirem
Na edição de VEJA que está nas bancas, o Radar mostra que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, recebeu representantes de diferentes setores da economia para tratar do problema dos bets, que drenam recursos das famílias que antes iriam para o consumo, o que impacta vendas e o faturamento de empresas.
Ao Radar, Alckmin defendeu o endurecimento da legislação sobre as apostas, mas mostrou-se contrário a proibir beneficiários do Bolsa Família de jogarem. “A gente deve deixar que as famílias tenham liberdade para utilizar os recursos do Bolsa Família. O nosso trabalho deve ser o de conscientizar a sociedade sobre o jogo”, disse.
O entendimento de Alckmin vai no sentido oposto do que outros ministros do governo passaram a defender, caso de Fernando Haddad e de Wellington Dias, que falam abertamente em estabelecer travas e punições para quem gastar o dinheiro do auxílio com as bets.
“O Bolsa Família é para superar a fome”, disse Dias ao programa Os Três Poderes, de VEJA, na sexta-feira passada, quando defendeu que os beneficiários que apostarem com o auxílio percam a assistência.
Essa discussão segue em evolução no governo. O próprio presidente Lula, segundo aliados, é favorável a impedir que usuários dos programas sociais do governo utilizem dinheiro desses auxílios no jogo.