Deu o que muitos caciques partidários previam. O primeiro turno das eleições, neste domingo, 6, foi marcado pelas vitórias de partidos de centro e do chamado centrão do Congresso. A polarização entre petistas e bolsonaristas passou longe dos resultados obtidos por siglas como PSD, MDB e PP.
O partido de Gilberto Kassab fez o maior número de prefeituras na primeira fase do duelo eleitoral de outubro: 878 prefeitos eleitos. O MDB de Baleia Rossi não chegou aos 900 prefeitos sonhados, mas bateu em 847 candidatos eleitos. Já o PP de Arthur Lira fez 743 prefeituras.
Atores da polarização nacional, o PL de Jair Bolsonaro fez 510 cidades, e o PT de Lula parou em 248 prefeitos eleitos. É muito pouco para a sigla que já foi a mais popular do país, promovendo ondas vermelhas a cada eleição.
Alguns dirão que o resultado do primeiro turno foi impactado pelos bilhões de reais que jorraram do Congresso a municípios de aliados por meio do orçamento secreto. Outros dirão que o resultado evidencia o envelhecimento do discurso de esquerda e o avanço do pensamento conservador no país. A nova distribuição de poder nas prefeituras é uma mistura de tudo isso.
Detentor de um discurso crítico sobre o petismo e os rumos da esquerda, o PSB de Carlos Siqueira se saiu melhor nas urnas: 309 prefeitos eleitos. O partido defende uma reflexão profunda na esquerda sobre o diálogo com a sociedade. Se antes precisava de bons motivos para convencer os aliados progressistas, não precisa mais.
O eleitor mostrou que não se guia por Lula ou Bolsonaro para definir seu voto nas cidades. Bolsonaro, com mais tempo livre, elegeu os filhos vereadores e até conseguiu bons números para o PL. Lula, com um país para governar, não conseguiu sequer eleger o namorado da filha em Sergipe. O PT perdeu cidades importantes e agora vai precisar mesmo refletir sobre o recado deste domingo.