A decisão do juiz Renato Borelli, de remeter as investigações de corrupção no Ministério da Educação ao STF, se deu por suspeita de interferência direta de Jair Bolsonaro no caso. É o que aponta o Ministério Público Federal, autor do pedido para que o caso volte ao Supremo por “possível interferência ilícita do presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações”. A informação foi divulgada pelo Globo e confirmada pelo Radar.
“O Parquet Federal formulou pleito de remessa de parte do material arrecadado na investigação, pois, verificada a possível interferência nas investigações por parte de detentor de foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal”, diz o juiz.
O mistério a ser resolvido está numa conversa interceptada pela PF em que Ribeiro diz a um familiar o seguinte: “Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios né…”
Agora, a PF, com o STF no comando das investigações, vai tentar descobrir quem é o “ele” na conversa. O Radar mostra, na edição de VEJA que está nas bancas, que Milton Ribeiro telefonou a ministros de Bolsonaro antes de ser preso pela PF, o que indica que ele, mesmo fora do governo, mantinha linha direta com o primeiro escalão do Planalto.