A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais deflagrou, nesta terça, a Operação Cafua com o objetivo de apurar os crimes de lavagem de dinheiro e de organização criminosa praticados por um grupo criminoso no estado.
Na ação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Comarca de Belo Horizonte, nos municípios mineiros de Pará de Minas, Lagoa Santa e São José da Lapa.
Um dos alvos é o advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães, defensor de Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro, em setembro de 2018. A investigação aponta ligações do defensor com o crime organizado e descarta, de uma vez por todas, a existência de um mandante do atentado contra o ex-presidente. “Adélio agiu sozinho”, afirmou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em café da manhã com jornalistas na manhã desta terça.
“Houve uma denúncia e a polícia foi investigar se havia ligação entre essas circunstâncias, do advogado, do crime organizado, do atentado e tudo mais. E a conclusão é muito clara, está lá no relatório do inquérito: que não há relação do crime organizado, com esse advogado, com o ataque, a tentativa de homicídio [contra Bolsonaro]”, declarou Rodrigues.
“Após retomada de investigações para identificar possíveis envolvidos no atentado contra o então candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro em 2018, a Polícia Federal concluiu que houve apenas um responsável pelo ataque, já condenado e preso. Durante as diligências, foram cumpridos mandados de busca e apreensão para nova análise de equipamentos eletrônicos e documentos”, informou a PF, em nota.
“Outros possíveis delitos foram descobertos, relacionados a um dos advogados de defesa do envolvido no ataque, mas sem qualquer ligação com os fatos investigados. Por conseguinte, o relatório final foi apresentado, atendendo a novas solicitações do Ministério Público Federal, e agora aguarda a manifestação do Juízo. A Polícia Federal manifestou-se pelo arquivamento do Inquérito Policial”, acrescentou a corporação.
Também foram cumpridos mandados judiciais que determinavam a lacração e a suspensão das atividades de 24 estabelecimentos comerciais e a indisponibilidade de bens de 31 pessoas físicas e jurídicas no montante de 260 milhões de reais.
O esquema criminoso refere-se à lavagem de dinheiro decorrente de crimes, especialmente o tráfico de drogas praticados pela organização criminosa em Minas Gerais.
A ação é um desdobramento da Operação Caixa Forte, deflagrada em 2019, que objetivou investigar o tráfico de drogas realizado pelo grupo criminoso na região metropolitana de Belo Horizonte.