A Polícia Federal deflagrou, nesta terça, uma operação para desarticular uma organização criminosa que atuava no tráfico internacional de armas entre os Estados Unidos e o Brasil.
A ação conta com 50 policiais federais, membros do MPF e agentes americanos. Eles cumprem sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
“As investigações, que já duram cerca de dois anos, desvendaram a existência de um grupo responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA e, posterior, envio ao Brasil”, diz a PF.
A internalização do armamento, no Brasil, se dava através de rotas marítimas (contêineres) e aéreas (encomenda postal) pelos estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina e tinham como destino final uma residência em Vila Isabel, no Rio de Janeiro.
Na maioria das vezes, segundo a PF, o material era acondicionado dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, despachados juntamente a outros itens como telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados.
“Desta residência, as peças eram retiradas pelos integrantes da célula no Rio de Janeiro – responsável pela usinagem e montagem do armamento, com auxílio de impressoras 3D (Ghost Gunner) -, que posteriormente eram distribuídos para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel”, diz a PF.
O dinheiro para a compra do armamento era enviado do Brasil para os EUA através de doleiros. Foi identificado um brasileiro, dono de churrascarias em Boston, que recebia parte desse dinheiro e repassava para os alvos residentes nos EUA.
O bando investia o dinheiro adquirido com o tráfico de armas em imóveis residenciais, criptomoedas, ações, veículos e embarcações de luxo. Além das medidas judiciais, foi decretado o sequestro de bens, avaliados em cerca de 10 milhões de reais. Ao longo da investigação, foram apreendidos milhares de armas, peças, acessórios e munições de diversos calibres, tanto no Brasil, quanto nos EUA.