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PF desarticula grupo que movimentou R$ 1,6 bi para plataformas de apostas

O dinheiro era encaminhado de maneira informal ao exterior, via criptoativos, configurando o crime de evasão de divisas

Por Pedro Pupulim Atualizado em 30 out 2024, 18h34 - Publicado em 30 out 2024, 12h05

A PF iniciou, nesta quarta-feira, uma operação para desarticular um grupo organizado responsável pela movimentação de dinheiro para plataformas estrangeiras, sobretudo aquelas de apostas esportivas. Em menos de três anos, os criminosos movimentaram cerca de 1,6 bilhão de reais.

Durante a ação, os agentes cumpriram nove mandados de busca e apreensão expedidos Justiça de Itajaí (SC), nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes, em Santa Catarina, e Olinda, em Pernambuco.

Além das buscas, a PF cumpriu ordens judiciais de indisponibilidade de bens e de valores que podem atingir 70 milhões de reais, bem como ordens de bloqueio de exchanges de criptoativos (plataformas nas quais é possível comprar, vender, trocar e guardar ativos digitais). Segundo a PF, os valores indisponibilizados tendem a ser ainda mais representativos, visto que essas instituições são comumente utilizadas para criar dificuldades na rastreabilidade de recursos.

A corporação informou que o grupo investigado mantém empresas do ramo de provimento de serviços de pagamentos na região do litoral de SC. Basicamente, essas empresas fornecem serviços de tecnologia de pagamentos para plataformas da internet. A PF, então, identificou que o grupo vem prestando serviços de pagamentos para plataformas não autorizadas de apostas esportivas, bem como para o cometimento de golpes na internet.

O dinheiro era encaminhado de maneira informal ao exterior, via criptoativos, configurando o crime de evasão de divisas. Além disso, foram identificados fluxos financeiros dedicados à lavagem de dinheiro para terceiros, incluindo agentes públicos e suspeitos de envolvimento em tráfico de drogas.

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As investigações da PF demonstraram que, em que pese a altíssima movimentação financeira desse grupo, boa parcela das empresas não mantém nenhum indicativo de efetivo funcionamento. As suspeitas indicam que a maior parte das empresas identificadas em nome dos integrantes do grupo são empresas de fachada ou holdings, que buscam blindar o patrimônio angariado com as atividades desenvolvidas.

Há indícios, de acordo com a polícia, de que o grupo criminoso expandiu, nos últimos meses, sua atuação para o exterior, com a abertura de escritórios em países da América Latina e em Portugal.

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