Quase um mês depois o STJ determinar o afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), do cargo por seis meses, a Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira outra operação no Estado, para apurar irregularidades e indícios de corrupção em contratos firmados pelas secretarias estaduais de Saúde e de Infraestrutura em gestões passadas.
Batizada de “Troféu”, esta etapa teve como objetivo cumprir dois mandados de busca e apreensão, a partir de relatos em um acordo de delação premiada. Segundo a PF, o foco da operação foi a estrutura de recebimento de propina pelo núcleo de comando da organização criminosa investigada. O dinheiro em espécie seria transportado em envelopes e entregue diretamente aos chefes do grupo.
No caso de Carlesse, a PF deflagrou uma operação para cumprir mandados na residência oficial do governador, acusado de obstruir investigações, no dia 20 de outubro.
Os inquéritos, que tramitaram sob sigilo na Corte Especial do STJ, indicaram a presença de fortes indícios do pagamento de vantagens indevidas ligadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins e a estrutura montada para a lavagem de ativos, bem como indicou a integralização dos recursos públicos desviados ao patrimônio dos investigados.